Mulher de 20 anos é presa por envolvimento na morte do próprio pai
Ayres Botrel, de 60 anos, foi morto a tiros em casa no último dia 20. Filha contou que a casa tinha sido invadida por homens, mas a polícia investigou
Escute essa reportagem

O assassinato de um idoso de 60 anos, na praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, Litoral Sul de Pernambuco, no último dia 20 de junho, teve uma reviravolta após as primeiras investigações policiais. A filha do caminhoneiro Ayres Botrel, que foi morto com seis tiros no quarto da casa onde morava, foi presa nesta sexta-feira (27). Segundo a Polícia Civil, ela teria confessado o crime, que teve motivações financeiras.
Amanda Chagas Botrel, de 20 anos, estudantes de psicologia, morava com o pai (vítima do crime) e a mãe, na casa onde aconteceu o assassinato. Ela havia prestado um primeiro depoimento à policia no dia seguinte ao crime e contou a seguinte história: ela havia chegado em casa na noite do dia 20, quando três homens invadiram a residência, mandaram que ela ficasse quieta na sala, subiram para o quarto do idoso, que fica no prmeiro andar, e executaram ele a tiros. Amanda havia contado para a polícia que desconhecia as razões para o assassinato do pai.
CONTRADIÇÕES E CONFISSÃO
Em entrevista ao repórter Carlos Simões, da TV Tribuna, o delegado Rodrigo Bello, disse que essa versão da jovem começou a ruir quando ela passou a ser confrontada com as evidências da investigação. "Quando eu estive na casa dela na quarta-feira, no mesmo dia do interrogatório, ela não estava em casa. A mãe dela disse que ela teria ido a igreja, acertar detalhes da missa de sétimo dia do pai", contou o delegado. Mas a equipe policial realizou diligências e descobriu que Amanda, na verdade, tinha ido a uma agência bancária no bairro de Boa Viagem, no Recife para tentar sacar dinheiro da conta do pai.
Segundo a polícia, Ayres Botrel acumulou um patrimônio de cerca de R$ 2 milhões, chagando a ter uma pequena frota de caminhões. A família morava confortavelmente e Amanda tem um apartamento próprio, no nome dela.
Outra contradição, percebida pela polícia, foi que Amanda contou em seu primeiro depoimento que os homens que invadiram a casa e mataram o pai dela, teriam roubado o carro dela e uma televisão. Analisando imagens de câmeras de ruas, a policia descobriu que na noite do crime apenas o carro dela foi visto chegando e saindo da casa. Confrontada, Amanda confessou que havia marcado um encontro com os executores do pai em um local próximo e ido à casa com eles, onde o crime foi executado. A polícia ainda não sabe exatamente quantas pessoas participaram do assassinato, mas o papel de Amanda teria sido o de mandante, e não de executora.
Amanda Botrel passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada, sendo levada para a Colônia Penal Feminina, no bairro da Iputinga, no Recife. As investigações continuam até que todos os detalhes sejam esclarecidos.
Comentários