Idosa vence depressão com aulas de tiro com arco
Após perder a visão e enfrentar a depressão, Luzia encontrou no arco e flecha da Ufes uma nova razão para viver: "O esporte é minha terapia"
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Seis meses após começar a praticar tiro com arco na Ufes, Luzia Fonseca, 60, perdeu dois irmãos, e a vontade de sair de casa. “Entrei em depressão. Fiquei ruim. Não tinha vontade de fazer nada, nem de falar com ninguém. Minha psicóloga me incentivou a voltar, a conviver com as pessoas”.
Deficiente visual há 15 anos, ela conta que a perda da visão também pesou. “Senti que não podia ajudar em nada”.
O conselho da psicóloga funcionou. “Ainda bem que voltei. Lá, me sinto acolhida, em casa. O esporte é minha terapia. Esqueço do mundo. Tenho que me concentrar só no tiro com arco.”
Hoje, Luzia guarda em casa 108 medalhas e 20 troféus – de corridas e do arco e flecha. “Tudo isso veio depois que fiquei cega. Antes, eu só trabalhava, não tinha tempo. Quero dizer para quem passa por isso: não pense 'não sirvo para nada'. Se você quiser, pode tudo”, ressalta.
A técnica paralímpica Dalylla Machado, também profissional de Educação Física, reforça os ganhos mentais da prática. “Concentração, respiração controlada e autocontrole são benefícios claros”.
Ela completa que tem alunos que demonstraram melhoras na saúde mental. “Tenho alunos que o lugar, pessoas e a prática foram fundamentais para mudanças no comportamento e interação”.
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