Obsessão por músculos pode causar distúrbio alimentar
Potencializada por influenciadores digitais, a busca excessiva pela anatomia é um transtorno, alertam os especialistas
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Nem tudo o que está “bombando” nas redes sociais é o melhor para a vida real. O alerta é feito por especialistas das mais diversas áreas, mas, quando o assunto é a saúde e envolve jovens torna o cenário um pouco mais preocupante.
Potencializada por influenciadores digitais, a busca excessiva por músculos e por uma alimentação saudável é um transtorno, alertam especialistas. E ganhou até nome: Mode (em inglês, Muscularity oriented disordered eating).
“A busca por músculos foi intensificada com as redes sociais, mas os primeiros casos começaram a aparecer em consultório nos anos 1990, quando começou a se falar na ‘geração saúde’”, alerta o médico psiquiatra Vicente Ramatis.

De acordo com a médica psiquiatra Mariana Cola Frizzera, a vigorexia é um tipo de transtorno alimentar voltado para o ganho de massa muscular e que atinge mais homens do que mulheres e os mais jovens. “É difícil procurarem ajuda, pois não conseguem perceber que se trata de um transtorno. A pessoa vive buscando um corpo que não existe, às vezes, com excesso de atividade física, em detrimento da vida social”.
Vicente Ramatis conta que algum sinal de alerta aparece quando a pessoa tem uma lesão pelo excesso de treinamento.
Outro transtorno apontado pelos especialistas é a ortorexia, a busca excessiva por uma alimentação saudável. “A vida da pessoa se resume a dieta e exercício. Não vai a uma festa porque não tem comida saudável. Ela tem excesso de culpa se não se exercita, ou se come fora da sua dieta. Algumas pessoas desenvolvem quadros de depressão”, diz Mariana.
A endocrinologista Sabrina França destaca que os que querem resultados rápidos, muitas vezes, imediatos, recorrem ao uso de esteroides, suplementos em excesso e produtos de internet. Ela alerta para o perigo dos hormônios.
“O uso crônico de hormônios ou até mesmo o uso mais curto, mas dependendo da dose, principalmente os anabolizantes, faz com que o nosso organismo pare de produzir o nosso próprio hormônio, seja na mulher, seja no homem, e isso a longo prazo pode gerar consequências até irreversíveis, como por exemplo, a infertilidade tanto no homem quanto na mulher”, afirma.
Opiniões
Saiba mais
Redes sociais
Influenciadores digitais têm compartilhado cada vez mais hábitos de musculação e alimentação saudável.
Essa rotina voltada para obter músculos, ou massa magra, tem até nome: Mode (em inglês, Muscularity oriented disordered eating).
Vigorexia
É um tipo de transtorno alimentar voltado para o ganho de massa muscular e que atinge mais homens do que mulheres e os mais jovens.
Por mais músculos que a pessoa ganhe, ela se olha no espelho e se considera “magra” e muito “fraca”.
Por se tratar de uma faixa etária que está iniciando sua independência, geralmente, são os familiares que percebem as mudanças físicas.
Mesmo assim, algum sinal de alerta aparece quando a pessoa tem uma lesão pelo excesso de treinamento. É raro esse excesso ser enxergado como um problema.
Ortorexia
É a busca excessiva por uma alimentação saudável.
Se não tem o que a pessoa considera saudável em determinado local, ela não se alimenta.
Ou, se sente culpada por comer.
Gasta mais do que tem para adquirir os alimentos que considera saudáveis.
Com frequência, recusam convites para comer fora de casa. Se aceitam, levam a própria comida.
Geralmente, são vistos por familiares como pessoas que se cuidam muito bem, não havendo o entendimento de que é um transtorno.
Perigos
O uso crônico de hormônios ou até mesmo o uso mais curto, mas dependendo da dose, principalmente os anabolizantes faz com que o organismo pare de produzir o próprio hormônio. A longo prazo pode gerar consequências até irreversíveis, como por exemplo, a infertilidade tanto no homem quanto na mulher.
Causas e tratamento
A baixa autoestima e imaturidade estão entre as possíveis causas.
O primeiro passo é a pessoa reconhecer que precisa de ajuda.
o tratamento é medicamentoso para sintomas de depressão e compulsão e terapia cognitivo comportamental.
Fonte: Especialistas consultados
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