Famosos e políticos fazem apelo por resgate de brasileira na Indonésia; veja repercussão
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Famosos e políticos têm usado as redes sociais para fazer apelos pelo resgate da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que sofreu uma queda durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Cerca de 60 horas após o acidente, ainda não há registro de salvamento.
Autoridades locais apontaram neste domingo, 22, que uma nova visualização por drone não encontrou a jovem no local onde havia sido identificada.
O acidente ocorreu na madrugada de sábado, 21. A visibilidade baixa causada por neblina e outros fatores teriam dificultado o resgate, previsto para o período da manhã deste domingo, no horário local – o fuso horário por lá está 11 horas à frente do registrado em Brasília.

Em nota enviada mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores apontou que a embaixada brasileira segue em contato com as autoridades locais. “Equipes de resgate continuam na área, trabalhando em condições difíceis, segundo as autoridades indonésias”, destacou.
Familiares e amigos têm relatado desencontro de informações, inclusive sobre a veracidade de que Juliana teria recebido alimentos e bebidas, como foi divulgado no sábado. As cobranças pelo resgate urgente se intensificaram.
“A família está desesperada, sem respostas”, escreveu no Instagram o ator Babu Santana, que publicou uma foto que pede por “visibilidade e mobilização” para pressionar pelo resgate. “Juliana é minha amiga, uma pessoa incrível, que trabalhou comigo, que carrega uma história de coragem e amor pela vida.”
Uma série de apelos têm sido feitos também por outros artistas, como as atrizes Tatá Werneck e Fernanda Schneider, e políticos, como os deputados federais Tulio Gadelha (Sustentabilidade) e pastor Henrique Vieira (PSOL).
Um dos pedidos é para quem acompanha o caso siga o Instagram @resgatejulianamarins, criado pela família para divulgar informações e cobrar das autoridades medidas sobre o caso. Até o começo da noite deste domingo, o perfil já contava com mais de 200 mil seguidores.
“A gente está tentando fazer esse barulho, fazer essa pressão para chegar em pessoas que consigam prestar algum auxílio e algum helicóptero chegar até ela”, disse, em vídeo publicado nas redes sociais, o ator e comediante Yuri Marçal.
Em publicação do começo da tarde deste domingo, Rodrigo Neves (PDT), prefeito de Niterói (cidade onde a publicitária reside), afirmou acompanhar a situação junto das autoridades brasileiras em Jacarta. “É um local inóspito, a mais de 3 mil metros de altitude e de um terreno arenoso.”
Segundo autoridades locais, uma equipe foi mobilizada para a realização do resgate. “O esforço enfrenta desafios difíceis, especialmente o terreno extremo e o clima, com intenso nevoeiro”, apontaram em comunicado.
As informações oficiais são de que a equipe chegou ao local na tarde de sábado. Por volta das 20h, no horário local, teria descido por 300 metros, chamou pela jovem, mas não conseguiu contatá-la.
De acordo com as autoridades, os trabalhos chegaram a ser interrompidos ao longo do domingo por causa de “nevoeiro espesso e clima úmido”, o que atrapalhou o uso do drone térmico. Após uma reunião, foram definidos dois esquemas de busca: manual (via corda) e pelo ar (com drone térmico).
Vulcão tem histórico de acidentes
A brasileira percorria o Parque Nacional do Monte Rinjani com uma agência especializada, junto com outros viajantes. Um dos principais destinos turísticos do Sudeste Asiático, o parque abrange o segundo pico mais alto da Indonésia e tem um histórico de acidentes e até mortes de visitantes.
O parque é famoso pelo Monte Rinjani, um conhecido vulcão ativo da região. Com 41,3 mil hectares de extensão, integra o chamado “anel de fogo do Pacífico”.
Também é procurado pelas cachoeiras esverdeadas e fontes termais. É reconhecido como um geoparque global pela Unesco, que o descreve como “a ponte tropical entre a Ásia e a Austrália”.
Juliana fazia uma trilha com uma agência especializada local em meio a um “mochilão” pela Ásia. Ela teria deslizado cerca de 300 metros após uma queda em uma região considerada de difícil acesso.
Parte das experiências da publicitária, que é natural de Niterói, eram compartilhadas no Instagram, com registro de passagens por países de diversos continentes, como Espanha, Holanda, Vietnã, Alemanha, Uruguai e Egito.
No Linkedin, Juliana indica ter trabalhado em empresas do grupo Globo, como Multishow e Canal Off, além da agência de marketing Mynd e do evento Rio2C, voltado à indústria criativa. Em seu perfil, também consta a formação em Comunicação pela UFRJ.
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