Operação mira comércio de areia clandestina do Parque Paulo César Vinha
Nove pessoas foram detidas durante a ação, que faz parte da "Operação Ampulheta"
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Uma nova fase da Operação Ampulheta, realizada pelo Ministério Público do Espírito Santo, resultou na detenção de nove pessoas e na interdição de diversos estabelecimentos comerciais em Guarapari e Vila Velha.
O alvo da ação, segundo o órgão, são empresas que vendem areia extraída de forma ilegal do Parque Estadual Paulo César Vinha e da Área de Proteção Ambiental de Setiba.
Segundo a investigação, a organização criminosa é responsável por crimes ambientais que vão desde ocupação e uso do solo urbano de forma desordenada até grilagem de terra e crescimento de atividades criminosas na região — inclusive com intimidação à fiscalização de agentes públicos, com uso de armas de fogo, ameaças e incêndios criminosos.
Durante o ação, foi identificada uma área de extração clandestina de areia na área de amortecimento do Parque Estadual. De acordo com o Ministério Público, a estimativa é que o espaço corresponda há cerca de 30% a 40% da área total da área de preservação.
"A extração vem sendo realizada há décadas, com características de sua aceleração nos últimos anos", informou o órgão.
Nesta fase da operação, foram apreendidos recibos de vendas de areias, notas fiscais, seis caminhões, armas de fogo, um trator, 19 munições de diversos calibres, oito celulares, cerca de 40m³ de areia branca e quase R$ 15 mil em espécie.
No total, 12 pontos de venda de areia nos municípios de Guarapari e Vila Velha receberam vistoria para verificação da origem e regularidade da areia comercializada.
Segundo o Ministério Público, durante as investigações foi identificada a prática dos crimes de destruição de área florestal de preservação permanente e extração ilegal de recursos minerais, além dos crimes de porte de armas, constrangimento legal e associação criminosa, previstos no Código Penal.
Sobre a operação
A fase ostensiva da "Operação Ampulheta" teve início no dia 8 de maio deste ano, por meio da Promotoria de Justiça de Guarapari. A ação também conta com apoio operacional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do Ministério Público e da Polícia Militar do Espírito Santo.
O objetivo, segundo as autoridades, é investigar uma organização criminosa suspeita de cometer crimes ambientais em detrimento de unidade de conservação de proteção integral estadual, o Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV), e da contígua Área de Proteção Ambiental de Setiba.
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