Câncer de ovário desafia diagnóstico e afeta mais de 7 mil brasileiras por ano
Médicos passam orientações diante da expectativa de mais de 7 mil novos casos da doença para este ano, segundo dados do Inca
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Mais de 7 mil novos casos de câncer de ovário. Isso é o que Instituto Nacional de Câncer (Inca) tem como estimativa para este ano em relação à doença, que costuma ser diagnosticada em estágio já avançado.
A neoplasia ganha destaque pelo Dia Mundial do Câncer de Ovário, lembrado neste mês, trazendo conscientização para o problema.
A oncologista Virgínia Altoé afirmou que o quadro não costuma ter manifestações clínicas quando está no início, o que influencia no diagnóstico tardio.
“Quando o tumor está pequenininho, muitas vezes a pessoa ou não sente nada ou sente aqueles sintomas que a gente chama de inespecíficos, como barriga inchada, dor abdominal, cólica, perda de apetite”, explicou.
Além disso, ela pontuou que esse tipo de câncer não tem exame de rastreamento populacional específico (como o de mama e intestino) que permita a detecção mais precoce do problema. Tendo em vista essa questão, o acompanhamento médico regular é fundamental, declaram especialistas.
E como é feito o diagnóstico? A oncologista Luana Pescuite explicou que a investigação inclui exames de imagem, como ultrassonografia de ovários e trompas.
“Exames mais tecnológicos, como tomografia ou ressonância magnética de abdome total, podem evidenciar com maior propriedade a presença de doença avançada, como ascite e comprometimento de outras estruturas ou órgãos”, disse.
O diagnóstico confirmatório e obrigatório inclui a realização de biópsia de amostra tecidual suspeita com avaliação de um médico patologista experiente, completou.
Em 2019, Roberta Goveia descobriu o câncer de ovário metastático e se tornou um verdadeiro exemplo de força. Por conta da doença, precisou fazer quimioterapias e passou por cirurgia, tendo a necessidade, inclusive, de retirar órgãos como útero e ovário.
Hoje, está em fase de manutenção de medicação e fará um exame de PET scan para confirmar se está tudo certo com sua saúde, já que os exames de sangue estão bons.
“Apesar de ter tido três recidivas e ter que refazer as quimioterapias, sou muito grata a Deus e a toda a comunidade que sempre orou por mim. Recebi muitas bênçãos. Tive muitas complicações e consegui superar todas elas”, disse Roberta Goveia, de 41 anos.
Fique por dentro
Câncer de ovário
Sintomas
É uma doença silenciosa que conta com sintomas inespecíficos, como como barriga inchada, dor abdominal, cólica, perda de apetite.
A oncologista Luana Pescuite afirmou que, normalmente, o aumento do volume abdominal é o primeiro sintoma físico inequívoco de que “algo não está normal”. Porém, neste momento, já caracterizando doença avançada.
Qual idade?
De acordo com a oncologista Juliana Alvarenga, o risco de desenvolver câncer de ovário aumenta com a idade, sendo mais comum em mulheres acima dos 50 anos.
A maioria dos casos é diagnosticada em mulheres entre 50 e 70 anos. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é raro em mulheres com menos de 40 anos.
Fatores de risco
Juliana Alvarenga explicou que os principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de ovário incluem idade avançada, histórico familiar de câncer de ovário ou mama, histórico pessoal de câncer de mama, fatores genéticos, como mutações nos genes BRCA1 e BRCA2.
O estilo de vida sedentário, tabagismo e obesidade também aumentam o risco.
Tratamento
A oncologista Camila Beatrice afirmou que o tratamento depende do tipo de tumor e do estágio que o paciente se encontra. Pode ser feito com cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia e até mesmo terapia-alvo.
Ela ressaltou a importância de uma abordagem multidisciplinar, em que há a combinação de profissionais como nutricionistas e psicólogos para que o tratamento seja feito de uma forma mais abrangente e eficaz.
Fonte: especialistas citadas na reportagem.
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