Homenagem a Fernando Tatagiba
Confira a coluna desta terça-feira (20)
Luiz Fernando Valporto Tatagiba, capixaba de São José do Calçado, nasceu em 18 de maio de 1946. A família se mudou para a Rua Braz Rubim, no bairro Santo Antônio, em Vitória.
Fernando tentou cursos superiores, mas abandonou, por não querer carreira acadêmica. Dedicou-se à literatura, ao jornalismo e ao cinema. Colaborou em diversos jornais, como A Tribuna, e o extinto “O Debate”. Publicou contos em revistas: “Bel Contos”, em Belo Horizonte, “Cuca e Agora”, no Rio de Janeiro, “Sim” (ES) e na Revista da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).
Participou de dois números da revista “Ficção”, na época a melhor publicação brasileira de literatura. Integrou as antologias “Poetas do Espírito Santo” e “Contistas capixabas”, editadas pela Fundação Cultural do Espírito Santo.
Obteve os primeiros lugares nos concursos de contos da Faculdade de Filosofia (1969), da Faculdade de Medicina (1973), da FCES (1976) e no concurso de crônicas “Rubem Braga”, de Cachoeiro do Itapemirim (1980) e no concurso de contos infantis da FCES (1976).
“O sol no céu da boca”, primeiro livro de Fernando Tatagiba publicado, uma antologia de contos, lançado pela FCES e Fundação Ceciliano Abel de Almeida da Ufes, inaugurando a Coleção Letras (1980). Outros: “Invenção da saudade”, “Rua” e “História do Cinema Capixaba”.
Escolhido como um dos melhores escritores capixabas e um dos destaques do ano pelo Jornal do Brasil (1980), viveu a era da ditadura, seguindo a oposição formada por intelectuais, estudantes, artistas e líderes sindicais.
Sentava nas calçadas do Centro com máquina de escrever, observando os passantes, sua inspiração. Alguns de seus temas: a marginalidade, a presença da rua e da criança, dramas sociais, além dos personagens típicos da capital.
A Biblioteca Pública do Espírito Santo, na sua Programação Cultural em 2013 realizou Roda de Leitura em homenagem ao contista e cronista Fernando Tatagiba, com leitura de contos de “O sol no céu da boca”. Seu leitor-guia foi o escritor Sérgio Blank.
Em 2015, as comemorações do aniversário de Vitória começaram com poesia, no Museu Capixaba do Negro Verônica da Pas (Mucane), com o sarau poético “Invenção da Saudade”, do grupo teatral Gota, Pó e Poeira, em homenagem a Fernando Tatagiba. O sarau reuniu poemas, contos e crônicas de Fernando. Elenco: Eliane Correia, Carlos Ola, Jacimar Henrique, Neuza de Souza e o músico Felipe Turino.
Na “Mesa Redonda” em 2013, compareci, convidado pelo amigo e confrade no IHGES (Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo) José Tatagiba. Relembrar o brilhante escritor amigo trouxe doces saudades a este nostálgico também escritor, pois nossas famílias (Barroca e Tatagiba) são amigas desde os anos dourados, em Santo Antônio, o bairro do Santuário, agora Basílica.
Declaração dele: “Depois do meu desaparecimento o progresso continuará, altos edifícios subindo, outros operários caindo, outras inscrições nas novas construções”. Infelizmente, sendo fumante de acender um cigarro no outro, faleceu muito cedo, em 30 de março de 1988.
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