Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Tribuna Livre

Tribuna Livre

Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

O que a morte nos revela sobre a vida?

Confira a coluna desta terça-feira (06)

Fernando Cascardo | 06/05/2025, 13:05 h | Atualizado em 06/05/2025, 13:05

Imagem ilustrativa da imagem O que a morte nos revela sobre a vida?
Fernando Cascardo é psicanalista e especialista em gestão de pessoas |  Foto: Monica Zorzanelli

Falar sobre a morte nunca é fácil. Mesmo sabendo que ela é inevitável, evitamos o tema como se isso pudesse afastá-la de nós e de quem amamos. Ignorar a sua existência, porém, não a torna menos real. Pelo contrário, torna o impacto da perda ainda mais difícil de suportar. A finitude assusta porque ela lembra o que não controlamos, o que pode acontecer a qualquer momento sem aviso.

A mente humana se apega à previsibilidade, à segurança e à continuidade. A ideia do fim, do desconhecido, quebra essa ilusão. Aliás, precisamos nos acostumar com o fato de que não controlamos quase nada na vida.

Muitas vezes, a dificuldade em lidar com a morte não está no ato em si, mas no que ela interrompe. Um ciclo que não se fechou, palavras que não foram ditas, momentos que não voltam mais. A perda deixa um vazio e, junto com ele, a dor da ausência.

O luto é esse processo de entender e reorganizar o mundo sem aquela presença. E, por mais que existam estágios, fórmulas ou tentativas de explicação, cada pessoa sente de um jeito. Algumas choram, outras se calam. Algumas falam sobre quem se foi o tempo todo, outras evitam qualquer lembrança. No fim das contas, nenhuma dessas formas está errada.

O problema acontece quando tentamos apressar o luto, como se ele tivesse um prazo para acabar. A sociedade espera que a dor se resolva rápido. Frases como “a vida continua”, “ele está em um lugar melhor” ou “já passou tanto tempo” mostram como o sofrimento alheio incomoda.

Mas a verdade é que o luto não é uma linha reta. É um ciclo que vai e volta. Alguns dias são mais leves; em outros, a saudade aperta como se fosse a primeira vez.

Aceitar a morte não significa concordar com ela ou deixar de sentir o luto. Significa compreender que tudo tem um ciclo e que, apesar da ausência, o amor permanece.

Encontrar formas de manter a conexão com quem partiu pode ser um caminho. Alguns fazem isso através de rituais, outros guardam objetos simbólicos, escrevem cartas ou simplesmente mantém as lembranças vivas.

A grande lição da morte é nos lembrar da urgência da vida. O tempo que temos é limitado, e nem sempre teremos outra chance para dizer o que sentimos, para estar onde queremos, para fazer o que nos faz bem.

Evitar o tema não nos protege, apenas nos distancia da realidade. Encarar a finitude não acaba com o medo, mas nos ensina a valorizar o que realmente importa.

No fim das contas, talvez o maior desafio não seja lidar com a morte, mas aprender a viver plenamente enquanto há tempo. Afinal, vamos nos negligenciando quando não vivemos a vida intensamente.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

SUGERIMOS PARA VOCÊ: