Centrão quer votação do texto do aborto para depois da eleição
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (14)
Estado de São Paulo
O Centrão e a base do presidente Lula tentam empurrar a votação do projeto que equipara aborto a homicídio para depois das eleições municipais. A urgência do texto, que dispensa tramitação nas comissões, foi aprovada na Câmara de maneira simbólica, livrando parlamentares de deixar suas digitais na ofensiva da bancada evangélica. O mérito da proposta, porém, deve ir a votação nominal. Para esses deputados, com trânsito entre conservadores e progressistas, a discussão é um impasse. Quem votar contra pode se inviabilizar entre religiosos e eleitores de direita, na maioria favoráveis à pauta.
Por outro lado, um voto favorável atrai críticas de outros setores, já que o texto torna a pena imposta a quem faz aborto em caso de estupro superior à aplicada aos estupradores.
Crise. Também não há acordo sobre a relatoria da proposta. A bancada evangélica quer emplacar a bolsonarista Chris Tonietto (PL-RJ), enquanto o Centrão prefere um nome menos radical.
Tô fora. Oficialmente, o Planalto não vai se envolver nas negociações do texto. A articulação política do governo quer distância da pauta de costumes após a derrota na lei das saidinhas.
Eita. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), recebe governadores na próxima segunda-feira (17) para discutir o projeto de renegociação das dívidas dos Estados. Cansado de esperar uma proposta estruturante da Fazenda, Pacheco vai fechar o texto e entregá-lo ao presidente Lula. A matéria deve ser votada até o fim do semestre sem passar por comissões. A maior preocupação do senador é com Minas Gerais, que tem dívida de R$ 160 bilhões, e por onde ele deve ser candidato ao governo estadual em 2026.
Não gostei. O líder do PT no Senado, Beto Faro (PA), queixou-se publicamente da ausência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na audiência pública sobre inteligência artificial e seu impacto sobre as eleições municipais. “Gostaria de lamentar, e não estou entendendo muito, a ausência do TSE. A Corte tem sido uma guardiã da democracia, nos ajudando muito e trabalhando na regulamentação das redes. Não estar aqui é ruim”, afirmou.
Sentido. Entre os pares, a crítica foi vista como desdobramento da mudança de perfil da Corte, após a ministra Cármen Lúcia assumir a presidência em substituição a Alexandre de Moraes. A magistrada é considerada mais discreta em relação ao antecessor. Procurado, o TSE não respondeu.
Deferência. O ex-governador de São Paulo João Doria promove nesta sexta (14), na sua residência em São Paulo, jantar em homenagem ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Vai lá. O PSDB reagiu à desfiliação de Aloysio Nunes, quadro histórico que anunciou sua saída nesta quinta (13), dia em que o partido lançou José Luiz Datena pré-candidato a prefeito de São Paulo. Nota oficial assinada pelo presidente do PSDB, Marconi Perillo, antecipada à Coluna, diz que Aloysio foi "coerente" após ter aceitado o convite do presidente Lula para comandar a Apex em Bruxelas.
Mágoa. Nos bastidores, o tom é outro. Embora a saída fosse prevista, a cúpula tucana viu traição de Aloysio pelo timing, o "dia do Datena", e lembra que não o expulsou após a adesão ao governo.
Pronto, falei!
"Revisar os referenciais de qualidade da EaD é importante para o Brasil, mas as suspensões propostas pelo MEC prejudicam o acesso ao ensino superior” - João Mattar, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo