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TRIBUNA LIVRE

Trem das onze

Coluna foi publicada no domingo (10)

Pedro Valls Feu Rosa | 11/09/2023, 11:06 h | Atualizado em 11/09/2023, 11:07
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna



          Imagem ilustrativa da imagem Trem das onze
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo |  Foto: Arquivo/AT

Shanghai, China. No aeroporto de Pudong um cidadão comum, Lu Cong Mei, embarca em um trem de última geração, conhecido como Maglev, rumo ao centro da cidade. Em dois minutos ele já está a 300 km/h, confortavelmente flutuando sobre os trilhos. Mais alguns instantes e ei-lo a 430 km/h, aproximando-se do centro de Shanghai. Não há barulho ou poluição – este incrível trem, alimentado por energia elétrica, flutua sobre o chão graças a um sistema magnético.

Sua velocidade máxima, atingida durante os testes, foi de 500 km/h. A reação de Lu, ao desembarcar no centro de Shanghai: “maravilhoso, parecia que eu estava voando”.

Tokyo, Japão. Na linha experimental de Yamanashi o primeiro Maglev japonês é testado. Em poucos minutos alcança a incrível velocidade de 581 km/h. O governo japonês, entusiasmado com os resultados, aprovou a construção de uma linha conectando Tokyo a Nagoya.

Mas fiquemos com os trens comuns. Voltemos ao dia 1º de abril de 1964, quando foi inaugurado o primeiro trem de alta velocidade japonês, o Tokaido Shinkansen. Naquela época atingia de 210 km/h. O sucesso foi imediato, tendo sido alcançada a marca de 100 milhões de passageiros transportados em apenas 3 anos. Em 1976 o popular “trem-bala” japonês transportava seu bilionésimo passageiro.

No ano de 2003 a JR Central, empresa que administra este sistema, informou que o atraso médio das chegadas dos trens em relação à tabela de horários era de 6 segundos. 6 segundos! Este incrível sistema ferroviário já transportou, desde sua criação, mais de 6 bilhões de passageiros.

Seul, Coréia do Sul. No dia 31 de março de 2004 inaugura-se a Gyeongbu Line, ligando Seul a Busan através do KTX (Korean Train Express), que alcança a velocidade de 350 km/h. Este serviço está em plena expansão. No ano de 2006 transportou 36,49 milhões de passageiros.

Paris, França. Há uns 30 anos iniciava-se a construção das linhas especiais para o TGV, o trem de alta velocidade francês. Em operação normal atinge 320 km/h, mas já alcançou 574,8 km/h. Atualmente as linhas de TGV cruzam todo o país.

Alemanha, 1991. Na estação de Kassel-Wilhelmshöhe inaugurava-se o sistema de trens InterCityExpress. Hoje estes trens cruzam toda o país a 300 km/h, reduzindo os níveis de ruído e poluição causados pelo uso de caminhões, carros e aviões.

Brasil, século XXI. Dos 29.798 km de ferrovias que temos, 10 mil foram construídos pelo Imperador D. Pedro II, e não atendem as necessidades do momento atual. 7.000 km de trilhos estão inativos. Temos 30 a 40% da malha ferroviária em estado deficiente, segundo levantamento da ANTT. A velocidade média dos nossos trens é de 20 km/h. Assim, passam pelas ferrovias apenas 20% de nossas cargas. Como é possível tamanho descalabro? Quem ganha com isso?

Alheio a este debate lá está o Jeca Tatu na estação, cantarolando a música imortal de Adoniran Barbosa: “se eu perder este trem, que sai agora às onze horas, só amanhã de manhã”.

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