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Cidades

ES é o segundo do País com mais mortes de mulheres por causa do álcool

Espírito Santo só fica atrás do Rio de Janeiro. Houve ainda aumento de 42% no consumo abusivo de bebidas entre as brasileiras


Imagem ilustrativa da imagem ES é o segundo do País com mais mortes de mulheres por causa do álcool
Houve ainda aumento de 42% no consumo abusivo de bebidas entre as brasileiras. |  Foto: Canva

Junto com a folia do Carnaval, amanhã terá início a  Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo. O consumo de álcool  revela um cenário preocupante: o Espírito Santo ocupa o 2º lugar no ranking nacional de mortes de mulheres atribuídas à bebida.

Segundo estudo do  Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), feito a partir de dados do Datasus,  o Espírito Santo registrou 8,25 mortes de mulheres  por causa do consumo de álcool por grupo de 100 mil habitantes, em 2020. Ficou  atrás apenas do Rio de Janeiro  (9,15 mortes por 100 mil habitantes).

Os indicadores nacionais sobre o tema também impressionam:  houve  aumento de 42% do consumo abusivo entre as brasileiras na última década e crescimento de 23% das mortes de mulheres totalmente atribuíveis ao álcool no primeiro ano da pandemia.

Para o Cisa, esses são sinais de alerta que precisam ser acompanhados de perto pelos gestores públicos e profissionais de saúde.

A doutora em Sociologia e coordenadora do Cisa,  Mariana Thibes, explicou que, entre as mortes relacionadas ao álcool das mulheres de 0 a 34 anos, estão principalmente as que ocorrem em  acidentes de trânsito e aquelas provocadas pela violência após a ingestão da bebida. 

Já depois dos 35 anos, elas estão relacionadas à cirrose, doenças cardíacas e transtornos por uso de álcool (como a dependência).

“O Brasil avançou, nos últimos anos, em determinados temas, como a Lei Seca. Porém não temos ainda  em vigor  qualquer  política pública de prevenção ao consumo abusivo do álcool. É uma questão de saúde pública”.

O médico psiquiatra e autor do livro Armadilha Social, Vicente Ramatis, salientou  que passou da hora de a Organização Mundial da Saúde (OMS) orientar uma campanha de conscientização do uso abusivo da bebida alcoólica nos moldes do que foi feito contra o tabagismo. 

“As pessoas não se dão conta da gravidade do quadro que pode ser desencadeado pelo álcool. O alcoolismo é uma doença de difícil tratamento, de caráter mórbido”.

Ele ressaltou que o consumo abusivo  aumenta a violência doméstica,  os  riscos no trânsito, além de desencadear  doenças  em que a pessoa  tem uma predisposição. “Também está  relacionado ao desencadeamento de doenças oncológicas”.

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“Superei o vício com ajuda de Deus”

Imagem ilustrativa da imagem ES é o segundo do País com mais mortes de mulheres por causa do álcool
Penha Paiva decidiu abandonar o álcool e mudar de vida. |  Foto: Leone Iglesias/AT

Há seis anos e quatro meses, a   produtora de elenco Penha Paiva, 44, decidiu abandonar o álcool e mudar de vida. 

Ela conta que descobriu que precisava de ajuda quando sua filha, na época  com  15 anos,  chamou sua atenção quando chegava em casa embriagada. “Ela disse que eu estava virando alcoólatra. Aquilo me machucou e fez com que eu refletisse”.

Penha, que bebia desde os 14 anos, revelou meses depois o marido também parou de beber.

“Superei o vício com ajuda de Deus. Fora a perda de dinheiro, o álcool acaba com as famílias. Hoje, procuro  ajudar quem precisa sair do vício”.

Cresce o consumo no País

Além do alerta para o número de mortes causadas pelo álcool, pesquisas também apontam o crescimento entre as mulheres quanto ao  consumo abusivo de bebidas. 

Segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), o abuso entre as brasileiras teve  uma variação média anual de 4,2% na última década.

Segundo a doutora em Sociologia e coordenadora do Cisa,  Mariana Thibes, apesar do percentual de homens que bebem  abusivamente ser maior, ele se mantém estável. 

“O que nos chama a atenção entre as mulheres é o crescimento nos últimos anos. Isso é mundial”. 

Mariana ressaltou que, do ponto de vista social, mesmo que se fale em igualdade, é preciso entender que, biologicamente, o  corpo feminino é mais vulnerável ao álcool, por questões como menor percentual de água, de massa corporal e de enzimas que metabolizam o álcool. 

Tratamento

Entre os serviços destinados ao aos cuidados de dependentes de álcool e drogas está o programa Rede Abraço, do governo do Estado. 

A psicóloga e referência técnica do programa, Nathalia Borba Raposo Pereira, reforçou que as mulheres são minoria entre os  que buscam atendimentos. 

“Elas enfrentam mais barreiras ao buscar ajuda.  Sofrem  mais preconceito que o homem, muitas vezes cuidam dos filhos e não têm com quem deixar para se tratar ou têm medo de perder a guarda”. 

O subsecretário de Estado de Políticas sobre Drogas, Carlos Augusto Lopes,  frisou que conviver e lidar com pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas não é uma tarefa fácil. “É necessário deixar preconceitos de lado e praticar a empatia”.


SAIBA MAIS


Aumento

4,2% foi o aumento médio anual do consumo abusivo de álcool na última década entre as mulheres.

23%  foi o crescimento no número de mortes totalmente atribuíveis ao álcool entre as mulheres, no primeiro ano de pandemia.

Consumo abusivo 

A pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde,  apontou o percentual da população que nos últimos 30 dias ingeriu álcool de forma abusiva pelo menos em uma ocasião.

No caso de homens, seria quem em uma só ocasião bebeu cinco ou mais doses (5 latas de cerveja, 5 taças de vinho ou 5 shots de destilado). Já as mulheres, de quatro ou mais doses.

Fonte: Cisa e Vigitel.

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