“O remo me trouxe de volta à vida”, relata capixaba multicampeão
Fred Colodetti supera acidente de moto, que comprometeu a sua perna direita, refaz a vida e coleciona títulos dentro e fora do País
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A história de vida do capixaba e multicampeão Fred Colodetti, de 48 anos, é digna de roteiro de filme. Há 13 anos ele sofreu um acidente de moto em que perdeu quase todos os movimentos de uma perna e, por isso, entrou em depressão. Segundo ele, foi no esporte que ele reencontrou a vontade de viver.
“O remo me trouxe de volta à vida. Eu estava treinando para uma competição quando sofri o acidente. Na época, os médicos disseram que eu nem voltaria a andar ou teria que arrancar parte da perna direita. E esses foram os maiores motivos da minha depressão, porque eu teria que parar de competir. O remo me faz ficar de igual para igual, lógico que com algumas limitações. Mas as pessoas ficam impressionadas com nossa desenvoltura”, disse Fred.
Fred Colodetti é campeão brasileiro, rema há mais de 30 anos e tem seis medalhas no Sul-Americano 2016.
Além disso, é bicampeão do Sul-Americano 2017 e segundo lugar no Pan-Americano de Montevidéu, no Uruguai.
O currículo impressiona, mas ele não se contenta e os treinamentos para competir em março no Sul-Americano de Santiago, na Argentina, estão a todo vapor no Álvares Cabral, atual clube do remador.
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“Nós treinamos exaustivamente pensando em vencer todas as competições que disputamos. Nossas mãos ficam calejadas, o corpo sente, as dores surgem, mas continuamos firmes. Vamos enfrentar equipes fortes e tenho certeza de que vai ser um torneio bastante equilibrado”.
Acidente
Em 2011, Fred sofreu um acidente de moto, após o motorista de um carro abrir a porta enquanto ele dirigia o veículo.
O remador revelou que teve uma séria lesão na perna, onde rompeu todos os ligamentos do joelho.
“Minha perna direita é 70% inválida. Eu consigo andar normalmente, mas ela treme. Eu tento me superar diariamente. Minha limitação física não me impede de fazer o que eu mais gosto. Eu não quis ficar abatido esperando as coisas acontecerem. A vida é curta e temos que saber aproveitá-la”.
Fred contou que já competiu com paratletas, mas hoje disputa as provas de remo com os atletas convencionais.
De acordo com ele, são raros os remadores com limitações físicas que conseguem isso.
“Praticamente só eu que estou competindo com os remadores convencionais. Eu, ao menos, não sei de mais ninguém. Ao menos brasileiro”.
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