Novos tempos trazem novas maneiras de trabalhar
“Batemos o ponto” de modo diferente desde a pandemia e este é um legado da capacidade de transformação do mercado
Leitores do Jornal A Tribuna
Os dados da Organização Internacional do Trabalho, a OIT, apontam que a taxa de profissionais em home office na América Latina e no Caribe chegou a mais de 20% – antes da pandemia de covid-19 era de 3%. Já o estudo Work Trend Index da Microsoft revelou que 87% dos trabalhadores dizem que são mais produtivos na modalidade de teletrabalho. Esses números mostram de maneira cristalina que o jeito de trabalhar mudou.
E as mudanças seguem acontecendo dia após dia. O teletrabalho, que antes foi uma necessidade em 2020 e 2021 durante a pandemia, ganhou novos formatos.
O formato híbrido trouxe equilíbrio entre o conforto de trabalhar de casa e a necessidade de socialização e engajamento das equipes. Há ainda uma nova modalidade de trabalho que também é um estilo de vida: os nômades digitais, que aproveitam a chance de viajar, de conhecer novos lugares, mesmo sem estarem de férias, mantendo as atividades profissionais por meio do teletrabalho.
Mais do que mudanças no modo de organizar o expediente, no escritório da empresa ou no escritório improvisado em casa nos deparamos com transformações na maneira de lidar com as pessoas. Fatores intangíveis como senso de comunidade, conexão, humanização e engajamento entram na balança quando o assunto é o ambiente corporativo.
Os coworkings, espaços compartilhados de trabalho, possibilitam a interação com profissionais de diferentes áreas de atuação e mercados diversos. Um universo de oportunidades de negócios que em espaços convencionais ficaria limitado. Esse contato, inclusive, pode ir além da relação comercial, contribuindo para o estabelecimento de rede de contatos comerciais e, até, vínculos de amizade.
Esse é um dos aspectos que diferenciam o ambiente de trabalho em coworkings de escritórios tradicionais: a vivência com pessoas fora de nossa “bolha”.
Imagine a possibilidade de conhecimento que um advogado tem ao trabalhar ao lado de um arquiteto, um biólogo. Eles vão fechar negócios entre eles? Não necessariamente, mas a rede de networking já começa a se formar a partir de um grupo eclético.
Engana-se quem pensa que coworking é só um lugar dedicado a startups ou pequenos empreendedores. Grandes empresas estão localizadas dentro destes espaços. Essa migração para o coworking está ligada à facilidade de controlar os gastos e de oferecer um local criativo e adequado para trabalhar.
A manutenção do escritório é um item de maior peso na estrutura de custo das empresas. Um local fixo para uma empresa de grande porte pode envolver diversas burocracias, taxas, serviços de manutenção, internet e outros. Somados esses valores, empresários enxergaram alta dos gastos e variações.
Nossa capital, Vitória, vive essa realidade. A ampliação de espaços de coworking no Espírito Santo vem para atender a demanda desse novo jeito de trabalhar que prioriza comunidade, vínculos e qualidade de vida dentro do ambiente corporativo.
ERIK LORENZON é empresário
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