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Cidades

"Igreja totalmente aberta", diz pastora que fundou a primeira igreja trans do Brasil

Ordenada pela Igreja Evangélica, pastora acolhe fiéis transexuais, muitos moradores em situação de rua, com palavras de empoderamento, dignidade e respeito


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Imagem ilustrativa da imagem "Igreja totalmente aberta", diz pastora que fundou a primeira igreja trans do Brasil
"Convido ao culto as pessoas trans, não trans também. É uma igreja totalmente aberta", disse Jacques Chanel, pastora que fundou a primeira igreja trans do Brasil |  Foto: Reprodução/Instagram

Jacque Chanel, uma travesti e transexual de 56 anos, foi ordenada pastora há seis meses. No mesmo dia da celebração, ela deu início a Séforas, primeira igreja trans do Brasil, localizada no centro da cidade de São Paulo. 

"Convido ao culto as pessoas trans, não trans também. É uma igreja totalmente aberta", explica a pastora. Segundo ela, suas cerimônias foram marcadas como "satânicas" em vídeos postados na Internet por evangélicos conservadores.

Segundo informações da Istoé, desde criança ela frequenta o culto e agora, 11 anos depois de começar a dedicar seu tempo para ajudar e acolher a população LGBTQ, é sacerdotisa.

Quando sua mãe a entregou, aos 13 anos, para um pastor evangélico para "curar" sua transexualidade, Jacque Chanel estava longe de imaginar que quatro décadas depois abriria a primeira Igreja trans no Brasil. Localizada em um andar de um prédio estreito e antigo no centro de São Paulo, a pequena igreja com paredes de cores vivas acolhe, semanalmente, fiéis transexuais. Muitos são moradores em situação de rua, duplamente excluídos da sociedade.

“Para nós é muito importante ter essa igreja pensada para o público transsexual e travesti porque isso significa um novo espaço de acolhimento. Eu sou trans e quero que meu povo se sinta acolhido, respeitado e amado. Mas qualquer um é bem-vindo, qualquer um pode frequentar“, disse a líder em entrevista a Istoé.

Por enquanto, a nova igreja ainda não possui uma sede, mas, dividirá o espaço dentro da  Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), onde Jacque transformou a fé em ação. Antes o Séforas era um grupo de louvor, criado dentro da ICM. Nos encontros, além da palavra de Deus, ela levava comida para as pessoas travestis e transexuais que ali estavam. Agora igreja, a Séforas vai dividir espaço com a ICM.

"Vivemos em uma sociedade que nos maltrata, nos discrimina. Eu estou levando esperança, um empoderamento de pessoas trans", diz Jacque.

Em seu culto, não há fileiras. O grupo forma um círculo e aperta as mãos, enquanto a pastora, ordenada em maio pela Igreja Evangélica, pronuncia as orações. Atrás, uma faixa rosa e azul anuncia: "Sou trans e quero dignidade e respeito".

Além do "sustento espiritual", Chanel proporciona ágape aos seus fiéis, da mesma forma que, uma vez por semana, graças às doações que recebe, percorre o bairro para entregar alimentos a cerca de 200 pessoas carentes. Seu número é cada vez maior no centro de São Paulo, devido à crise econômica provocada pela pandemia da COVID-19.

O Brasil é um dos países com mais assassinatos de transexuais no mundo, com 175 casos de homicídio registrados em 2020.

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