"Esposa e mãe perfeita", lamenta marido de empresária que morreu de Covid-19
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A paixão por bolos e doces de Letícia do Nascimento Parreiras, de 36 anos, vem da adolescência e a fizeram se tornar uma pessoa querida na cidade de Guarapari. Empresária e doceira, Letícia tinha uma loja no Centro da cidade, e vendia as guloseimas por encomenda.
Após oito dias internada no Hospital Praia da Costa, em Vila Velha, Letícia não resistiu e veio a óbito. A empresária era diabética e foi internada no último dia 5 de junho, quando a glicose dela chegou a 600 e ela apresentou complicações advindas de uma cetoacidose diabética. E durante a internação, uma notícia inesperada, Letícia contraiu a Covid-19.
“Ela não tinha sintomas do coronavírus antes de entrar no hospital. Mas não sabemos se o contágio foi no dia em que a gente esteve em um outro hospital, ou se foi no hospital onde ficou internada. Ela estava fazendo diálise de sangue, e precisou de doação de sangue. Algumas pessoas foram doar, mas ela veio a óbito”, conta o marido da empresária que trabalha na área industrial, Bernardo Reis, 37, que testou negativo.

Na manhã de domingo (14), amigos e familiares fizeram uma carreata pelas ruas da cidade, até o cemitério, onde não puderam participar do enterro. Letícia foi enterrada com caixão fechado, e causou grande comoção.
“O enterro foi rápido e de caixão fechado. Os amigos e familiares fizeram uma carreata em homenagem a ela, enviaram coroas de flores, porque eles não puderam participar”, disse Bernardo.
Na certidão de óbito, consta que a empresária morreu por falência múltipla dos órgãos e sistema, e síndrome respiratória aguda, Covid-19, além da diabetes.
Por ser diabética desde a adolescência, Letícia produzia os bolos e doces, e não experimentava. O marido revela que tudo era feito com tanto carinho, que ela não errava na mão.
Letícia e Bernardo completaram 15 anos de união na semana passada, 10 somente de casados. A filha Giulia fez seis anos em abril, e o marido relata que é difícil até descrever um sentimento neste momento.
“Nesse momento, o que sinto é falta de calor humano. Ela era uma pessoa muito querida. Uma esposa e mãe perfeita”, finaliza Bernardo.
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