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Saúde

Vape é o novo desafio da saúde pública

Popular entre os jovens, produto é vendido ilegalmente e tem até ajudado a aumentar a venda dos cigarros convencionais


Imagem ilustrativa da imagem Vape é o novo desafio da saúde pública
Roberta Couto ressalta que ainda não há consenso sobre tratamento da dependência do cigarro eletrônico |  Foto: Fábio Nunes/AT - 20/08/2024

Modinha principalmente entre os jovens, os vapes (cigarros eletrônicos) têm sido considerados por médicos como o novo desafio da saúde.

A pesquisadora Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisologia (SBPT) e membro titular da  Academia Nacional de Medicina (ANM), destaca que os vapes são um dos grandes desafios na saúde pública sobretudo no Brasil.

Esse desafio está atrelado a alguns fatores como, por exemplo, a especificidade que o País guarda de ter conseguido um resultado extraordinário na redução da proporção da população de fumantes, de 40% para cerca de 10%.

Segundo ela, a comercialização ilegal dos vapes têm, inclusive, influenciado no mau sentido o consumo de cigarros convencionais no qual se observa um discreto aumento nesse momento.

“Então, considerando a população que os vapes atingem, que é de crianças e jovens, muito jovens estão fazendo uma adição a nicotina muito rápida e, sem dúvida, isso representa um grande problema que mobiliza neste momento as sociedades médicas que se preocupam com a saúde dessas faixas etárias”.

Preocupada com os riscos à saúde, a médica pneumologista Roberta Couto ressalta que ainda não há um consenso sobre o tratamento da dependência do cigarro eletrônico.

“Por bom senso, a gente extrapola o que sabemos do cigarro comum e isso tem sido um desafio porque temos que trabalhar em cima de uma substância que não sabemos exatamente qual será o efeito a longo prazo. Mas o que sabemos é que dentro deles (vapes) existem substâncias sabidamente cancerígenas. Além disso, a nicotina é um risco para doenças cardiovasculares”.

Quem também alerta para as doenças em decorrência do dispositivo eletrônico é o psiquiatra Valdir Campos.

Nos exemplos, ele citou a pneunomia, incluindo a Evali (sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico), síndrome da angústia respiratória aguda, inflamação da glote (garganta), além de distúrbio do sono, déficit de atenção, aumento o risco dos transtornos psiquiátricos e comprometimento da memória.

“Produto pode viciar em 5 dias”

A Tribuna- Como os vapes agem no organismo?

Margareth Dalcolmo- A atuação dos dispositivos eletrônicos de tabaco sobre o organismo humano é extremamente danosa.

Primeiro pela adição muito rápida: as pessoas ficam viciadas a partir do quinto dia de uso, tendo em vista que a concentração de nicotina é dezenas de vezes superior, chegando algumas vezes a ultrapassar uma centena de vezes em termos de micrograma por mililitro da substância colocada nesses dispositivos.

Em segundo lugar, são adicionadas muitas outras substâncias das quais nós sequer temos conhecimento de todas, incluindo propilenoglicol, glicerina, odorizantes, flavorizantes, que são substâncias químicas e materiais eventualmente particulados que são não apenas altamente danosos para o pulmão, causando enfisema pulmonar pela ruptura da arquitetura pulmonar, como também cancerígenos.

Então, não há dúvida de que essa adição é muito rápida e muito grave.

O uso contínuo desses cigarros eletrônicos pode matar?

Sim. Nos Estados Unidos já houve mortes relacionadas à insuficiência respiratória aguda causada pelo excesso de exposição a esses dispositivos e há inclusive uma nova doença que se chama Evali (lesão pulmonar) já reconhecida pela Organização Mundial da Saúde e já com o código internacional de doença.

As várias mortes ocorridas nos Estados Unidos já estão publicadas na literatura médica. E todas elas foram em jovens menores de 25 anos.

Há uma intoxicação grave, e, recentemente, nós propusemos à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a abertura de um registro nacional, porque sabemos de casos de Evali, mas não sabemos o número total de casos que já ocorreram no Brasil.

Há casos de internação?

Nesse momento, por exemplo, eu sei de uma paciente de 19 anos internada em uma cidade da região Nordeste do Brasil. Então, não há dúvida de que há risco de morte sim pelo excesso.

Só para você ter uma ideia, um jovem que usa vape desde a hora que acorda fechado no seu ambiente até o final do dia, fuma o equivalente a 400 cigarros por semana. É uma coisa completamente absurda de se pensar.

Então o interesse da indústria do tabaco é obviamente apenas financeiro. Não há nenhum interesse lúdico e é enganoso na medida em que esses dispositivos têm muitas vezes uma forma glamourosa de se apresentar, de serem vendidos, uma mistura que varia bastante de uma marca para outra, mas na verdade todos eles são altamente nocivos. Não é apenas uma fumacinha inocente. Ao contrário, está muito longe disso.


Saiba mais

Proibição

Desde 2009, todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), categoria que engloba os cigarros eletrônicos, os vapes, os pods e outros aparelhos semelhantes, têm a venda e a distribuição proibida no Brasil.

Em abril deste ano, após uma longa reavaliação sobre o tema, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter o veto aos dispositivos.

Epidemia grave

Os vapes têm sal de nicotina, o que faz com que o composto seja entregue em concentrações até vinte vezes maiores no corpo.

Médicos alertam que a forma como são apresentados, com aromas e sabores, enganam a percepção de quem fuma sobre o vape ter nicotina e seu potencial de vício.

O vape é considerado por médicos como uma epidemia grave.

Senado

alvo de discussões acaloradas, com setores apontando os malefícios para a saúde e outros avaliando que o melhor seria regular, porque o consumo já existe de qualquer forma, a votação do projeto de lei que regulamenta o uso de cigarros eletrônicos foi novamente adiada.

A votação pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado estava prevista para ontem, mas foi tirada de pauta.

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