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Saúde

Hospitais contratam médicos de outros estados após suspensão de cirurgias

Esta foi a alternativa encontrada por filantrópicos após cirurgiões cardíacos suspenderem os procedimentos


Depois de 25 dias de suspensão de cirurgias cardíacas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), hospitais filantrópicos responsáveis pela realização dos procedimentos contrataram cirurgiões de fora do Estado  para garantir o atendimento. 

Parte das novas equipes começaram a atuar desde a última terça-feira em hospitais do Estado. Alguns profissionais ainda devem chegar nos próximos dias. 

A empresa Medcardio, composta por 25 cirurgiões, anunciou a suspensão do contrato com os hospitais e a interrupção dos serviços a partir do dia 13 de agosto. 

A empresa alega a insustentabilidade dos serviços por falta de reajuste e recomposição da inflação, além de uma dívida dos hospitais filantrópicos de mais de R$ 5 milhões com a empresa. 

Diante do impasse, foram feitas reuniões com representantes do Ministério Público Estadual, Secretaria de Estado da Saúde, a empresa e representantes dos hospitais filantrópicos. No entanto, não houve acordo. 

Hospitais e o governo do Estado também entraram com ações judiciais e limitares foram expedidas pela Justiça para que os cirurgiões retomassem os serviços. 

Sobre o tema, a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Espírito Santo (Fehofes), entidade que representa as instituições responsáveis por 90% das cirurgias cardíacas feitas pelo SUS,  informou que durante meses tentou negociar com a empresa prestadora de serviços.

“Após esgotadas todas as possibilidades de acordo, e diante do encerramento dos contratos por parte da empresa prestadora de serviços médicos e do consequente aumento do número de pacientes internados aguardando cirurgia com agravamento dos casos, não restou outra alternativa, qual seja, a contratação de equipes cirúrgicas de outros estados.”

A federação esclareceu, ainda, que as novas equipes foram contratadas com a mesma remuneração rejeitada pela empresa anterior. “Esses profissionais se sensibilizaram com a situação crítica dos pacientes e iniciaram os serviços garantindo a assistência à população”.

Estado diz que serviço deve ser normalizado este mês

O  secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes,  confirmou ontem que   os serviços de cirurgias cardíacas devem ser normalizados ao longo do mês de setembro, diante da contratação de uma nova empresa pelos hospitais filantrópicos.    

Nésio reforçou que  a secretaria não tem vínculo direto com profissionais que atuam na realização dos procedimentos, sendo os hospitais  contratados pela Sesa para os serviços.

 “O Estado não opina sobre quem deve ou não ser contratado  e a forma de contratação dos profissionais. Os hospitais filantrópicos são autônomos para compor seus quadros e equipes”. 

Segundo o secretário, no entanto, durante o período atuou juntamente com o Ministério Público Estadual para garantir a assistência à população. 

“Desde o início da suspensão, a secretaria  notificou os hospitais filantrópicos a garantir os cuidados aos pacientes. Fomos informados que os hospitais ajuizaram ações na Justiça, mas que  houve descumprimento por parte da empresa de decisões judiciais. Essa semana, a Federação dos Hospitais Filantrópicos informou que em dois hospitais os serviços já foram retomados”. 

E completou: “Acreditamos que ao longo do mês isso se normalize. Estamos entre os três Estados do Brasil com melhor desempenho de cirurgias cardíacas, com um serviço que funciona de forma automática, principalmente em casos de urgência e emergência”, observou.

A empresa Medcardio foi procurada, mas até o fechamento da edição não foi encontrada.

Emerson Rocha Alves gerente administrativo

“Foram 30 dias esperando cirurgia”

Após buscar atendimento médico por duas vezes passando mal, com cansaço e falta de ar,  veio o  diagnóstico para a autônoma Cleidi Aparecida Rocha Bertulane,  51: a necessidade de  cirurgia cardíaca  de  pontes de safena e  mamária. 

A previsão, dada no início de agosto, era que a cirurgia seria realizada na semana seguinte. No entanto, o filho de Cleidi, o gerente administrativo Emerson Rocha Alves, de 31 anos, contou que foram 30 dias de internação, aguardando o procedimento. 

A cirurgia foi realizada na última terça-feira e a autônoma se recupera, ainda na UTI. 

A Tribuna - Sua mãe já sabia que precisaria fazer a cirurgia? 

Emerson Rocha - Não. Na verdade, ela passou mal há cerca de 40 dias, com falta de ar e cansaço. Foi atendida em um pronto atendimento (PA), em Cariacica, e depois liberada. Há um mês, voltou a passar muito mal. Do PA, foi transferida para o Hospital Evangélico de Vila Velha. O cateterismo mostrou  que tinha  veias obstruídas. Uma com 98% de obstrução, outra 90% e  uma terceira 80%. Ela precisava da cirurgia e rápido. 

Deram um prazo? 

Na época, falaram que ela faria na semana seguinte, em sete ou até 10 dias. Mas veio a paralisação dos cirurgiões quando ela estava internada aguardando. 

Ela ficou lá o tempo todo?

Sim. Não poderia sair por causa do quadro dela, que era grave. Foram 30 dias internada. Estava tomando medicação para “afinar” o sangue, então estava estabilizada. Mas foram dias angustiantes, principalmente para ela. Um descaso mesmo, pois a cada dia que passava não havia uma previsão.  

E outras pessoas esperavam também?

Sim. Só no quarto, com ela, eram quatro. Ao todo, 30 pessoas já estavam aguardando. Não tinha mais leito para aguardar cirurgias. Teve  paciente que chegou a ir três vezes para a preparação para a  cirurgia, quando tinha uma decisão liminar. Depois voltava sem fazer.  

E quando ela conseguiu?

Na última terça-feira. Fez a operação com médicos que vieram de Belo Horizonte (Minas Gerais). Ainda está em recuperação e eles estão trabalhando muito para atender todas as pessoas que precisam. Minha mãe está se recuperando, mas ainda na UTI. Segundo os médicos, graças a Deus a cirurgia foi dentro do esperado. Esperamos que logo ela volte para casa.

ENTENDA

Cirurgias

- As cirurgias cardíacas pelo SUS,  em sua maioria, são feitas em cinco hospitais filantrópicos: Rio Doce (Linhares), São José (Colatina), Evangélico de Vila Velha, Santa Casa de Misericórdia (Vitória) e Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim.

- A Sesa contrata o serviço dos filantrópicos que, por sua vez,  contrataram a Medcardio, com 25 cirurgiões.

Dificuldades

- Alegando a insustentabilidade dos serviços, a empresa Medcardio anunciou que a partir do dia 13 de agosto estava suspenso o contrato de prestação de serviços. 

- Segundo a empresa, vem  tentando negociar há meses alguns pontos, entre os quais a falta de  recomposição salarial há 10 anos. Alega que os hospitais têm dívida de R$ 5 milhões.

Reuniões

- Em tentativas de acordos, foram feitas reuniões com as partes envolvidas, além do Ministério Público e Secretaria de Estado da Saúde. 

- Não houve acordo e os serviços não foram retomados. Também foram ajuizadas ações contra a empresa, com decisões em caráter limitar dando prazo para que a empresa retornasse com os serviços.

Contratação

- A Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado informou que desde a última terça-feira uma outra empresa, com cirurgiões de fora do Estado, foram contratados para fazer procedimentos. 

- Profissionais já estão trabalhando nos hospitais. A nova contratação segue modelo de empresa,  que foi rejeitado pela anterior.

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