“Hoje sigo minha vida normal”, conta bancária que enfrentou um tumor no apêndice
Avanços na ciência permitem diagnóstico precoce e tratamento mais eficaz, como no caso da bancária Deleci, que superou um raro tumor no apêndice
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A ciência, junto à medicina, tem avançado nos últimos anos permitindo um diagnóstico mais assertivo e precoce e um tratamento mais personalizado ao tipo de tumor.
“Embora fatores genéticos possam ter um papel mais evidente em alguns casos de câncer pediátrico e em jovens adultos – como nos tumores relacionados a síndromes hereditárias, como a síndrome de Li-Fraumeni ou mutações nos genes BRCA – há um crescente investimento em identificar biomarcadores de risco precoce”, destaca a oncologista Erika Barreto.
Estudos de epigenética e exposoma – o conjunto de exposições ambientais ao longo da vida – têm ajudado os médicos, segundo Erika, a entender como influências ambientais e hábitos comportamentais desde a infância impactam a suscetibilidade ao câncer.
“Hoje conseguimos personalizar tratamentos com base no perfil molecular do tumor, o que permite terapias mais eficazes e com menos toxicidade”.
Quanto aos jovens terem mais chances de melhor resposta ao tratamento, Erika reforça que o estágio do tumor no momento do diagnóstico ainda é um dos principais fatores prognósticos.
“Tumores diagnosticados precocemente têm melhores chances de cura, independentemente da faixa etária. Além disso, devemos considerar que o câncer em jovens nem sempre apresenta os mesmos padrões biológicos dos tumores em adultos”.
A oncologista Kamilla Moulim destaca que caso haja história familiar, o aconselhamento genético ajuda na prevenção e no diagnóstico precoce, impactando no sucesso do diagnóstico e tratamento.
“Hoje sigo minha vida normal”
Em 2016, aos 38 anos, com uma bebê de 1 ano e 6 meses e um filho adolescente, a bancária Deleci Pereira Fernandes dos Santos, de 47 anos, descobriu um tumor mucinoso de apêndice, após sentir desconfortos na barriga. Antes de receber o diagnóstico, porém, ela fez ultrassonografias, que apontaram um líquido no abdômen, sendo sugerida uma investigação pelos ultrassonografistas, mas os médicos que a atenderam disseram apenas se tratar de uma inflamação.

Após os sintomas evoluírem para diarreia intensa e perda de peso, Deleci procurou por um gastro e depois de passar por exames mais específicos, foi confirmado o câncer. Ela passou por uma cirurgia em 2016, mas precisou fazer outra cirurgia com quimioterapia intraperitoneal (técnica de tratamento que consiste em administrar quimioterapia diretamente na cavidade abdominal) em 2017. Na época, fez o tratamento em São Paulo. “Pedi a Deus que me desse uma oportunidade para continuar a viver, queria muito ver os meus filhos crescerem. Com a graça de Deus, hoje sigo minha vida normal, sem sinal da doença”.
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