Exames para detectar Alzheimer antes dos 60
O teste, feito a partir de uma amostra de sangue, é destinado a pessoas com sintomas de declínio cognitivo, acima dos 55 anos
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O aumento na expectativa de vida trouxe novos desafios para que esse tempo “a mais” seja aproveitado com qualidade. Um dos problemas a serem enfrentados é o aumento nos casos de Alzheimer.
Disponível no Estado há cerca de um ano e três meses, um exame de sangue ajuda a diagnosticar ou descartar a doença.
Batizada de PrecivityAD, essa análise detecta proteínas que indicam a presença ou a ausência de placas amilóides cerebrais, uma característica patológica da doença de Alzheimer. O teste, feito a partir de uma amostra de sangue, é destinado a pessoas com sintomas de declínio cognitivo, acima de 55 anos de idade.
Head de pesquisa e desenvolvimento do Grupo Fleury, a imunologista e hematologista Maria Carolina Pintão explica que o médico deve avaliar se o paciente tem sintomas compatíveis e solicitar o exame.
“Atualmente, ele é oferecido apenas na rede particular e custa cerca de R$ 3.600. Como é uma novidade, ainda não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) ou coberto por planos de saúde. Do total de testes de Alzheimer realizados pelo Grupo Fleury no País, 3% são do Espírito Santo. Os testes têm demonstrado bons resultados e auxiliado os médicos a confirmar ou descartar a doença”, afirma a especialista.
Os avanços médicos e o diagnóstico precoce tornaram possíveis a realização de intervenções clínicas que podem retardar a progressão da doença de Alzheimer.
O geriatra Gustavo Genelhu ressalta que o teste sanguíneo para detecção do Alzheimer é um avanço enorme para um diagnóstico mais precoce e mais preciso.
“Ainda não temos cura e nem um medicamento que interrompa a evolução da doença, mas temos tratamento medicamentoso que auxilia no controle de alguns sintomas como distúrbios comportamentais, insônia, depressão e até mesmo, de forma transitória, alguma melhora na performance cognitiva”, pontua o geriatra.
A neurologista Soo Yang Lee acrescenta que esse exame, além de dar o diagnóstico, fornece a informação da fase em que a doença se encontra. “O grande problema é que o tratamento ainda é insatisfatório”, destacou.
A especialista acrescenta:
“O mais adequado é atuar na prevenção, praticando atividade física regular, mantendo boa qualidade de sono, estimulando o cérebro através de atividades diversificadas (música, dança, pintura, e não só a leitura), aprendendo novas línguas e tratando doenças crônicas como a hipertensão arterial e a diabetes. Essas medidas conseguem retardar em até oito anos o início de uma demência”.
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