Estar sozinho nem sempre é um problema, diz psicólogo
Solidão vivida de forma saudável pode ser uma oportunidade de autoconhecimento
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Gostar de estar sozinho e “curtir” a própria companhia não é um problema, de acordo com especialistas de saúde mental.
O psicólogo Alexandre Vieira Brito explica que a solitude, bem estabelecida enquanto sendo um momento que a pessoa tira para ela mesma, não é um problema.
“As pessoas fazem muito julgamento de valor. Por exemplo, se uma pessoa está sozinha, seja no restaurante comendo seu prato favorito ou no cinema assistindo a um filme que gosta, muitas vezes, essas atitudes são malvistas. A sociedade, em geral, clama para que a gente tenha alguém, o que é muito ruim, pois isso pode te levar a uma dependência emocional”, esclarece o professor do Unesc.
Segundo Alexandre, cada indivíduo vai enfrentar a solidão de um modo diferente. “Mas é necessário entender que nem sempre a solidão precisa ser negada ou completamente eliminada, porque isso é impossível, pois faz parte da existência humana”.
Alguns podem, inclusive, fazer as pazes com a solidão. “Isso acontece, por exemplo, com a “geração do quarto” – fase em que adolescentes acabam se isolando em sua solidão –, mas não significa que eles estejam completamente sozinhos. Às vezes, eles fazem amigos em jogos on-line ou têm outras estratégias para lidar com a solidão”.
Diretora de uma marca de produtos de beleza, Ana Toniato, de 35 anos, sabe curtir os momentos consigo mesma. Ela, que mora sozinha, para não sentir solidão mantém contato frequente com amigos e família, seja por mensagens, chamadas ou encontros. “Também gosto de aproveitar meu tempo com atividades que me fazem bem, como assistir a algo que gosto, caminhar, ler ou sair para um café. Nunca me senti só. Acho que a solidão vem quando damos lugar”.
A solidão se torna preocupante quando a pessoa se isola por falta de prazer da companhia do outro, diz o psicólogo. “Quando a pessoa se isola porque não consegue mais produzir conexões, mesmo querendo, ou quando diminui a vontade de estar com alguém. Essa perda de prazer pode ser um sinal de um adoecimento”, alerta.
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