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Saúde

Como a poluição sonora pode causar hipertensão? Médica explica

Especialista diz que o corpo entende esses sons como um sinal de alerta, e o coração bate mais rápido, elevando a pressão arterial


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Imagem ilustrativa da imagem Como a poluição sonora pode causar hipertensão? Médica explica
Em meio ao caos urbano, o som da buzina é só um entre tantos ruídos que sobrecarregam e afetam a saúde. |  Foto: Reprodução/Canva

Buzina, som do ar-condicionado, televisão, máquinas da construção civil, secadores de cabelo. Hoje é quase impossível não estar exposto ao excesso de barulho das grandes cidades.

Só que essa poluição sonora, que pode até comprometer a audição, tem outros impactos na saúde, como estresse, dificuldade de dormir e até hipertensão.

O alerta é feito pela médica otorrinolaringologista Christiane Saliba Helmer, membro da Câmara Técnica de Otorrinolaringologia do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-ES).

“A poluição sonora pode causar hipertensão arterial porque nosso corpo entende esses sons como um sinal de alerta. Mesmo que a gente acredite que se acostumou com o som alto, o nosso cérebro continua reagindo como se estivéssemos em perigo, liberando hormônios do estresse, como a adrenalina. Isso faz o nosso coração bater mais rápido e os vasos se contraírem, o que leva ao aumento da pressão arterial”, alerta.

O problema é tão grave que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 1 bilhão de jovens e adultos entre 12 e 35 anos de idade correm o risco de perda auditiva devido à exposição crônica a ruídos, incluindo aqueles provenientes do uso excessivo de fones de ouvido.

A Tribuna – Como a poluição sonora impacta diretamente a nossa saúde auditiva?

Christiane Saliba – O barulho em excesso é mais prejudicial do que a gente imagina. Com o tempo, essa exposição constante pode danificar as células do ouvido interno, que são as células nervosas responsáveis pela audição.

A pessoa pode começar a perceber dificuldade para ouvir certos sons ou pode iniciar com sintoma de zumbido. O problema é que, muitas vezes, a pessoa só percebe algum sintoma quando já houve a perda auditiva, que é do tipo neurossensorial, e o tratamento vai depender do grau e do tempo de instalação da perda, e pode envolver medidas clínicas, reabilitação auditiva e uso de tecnologias assistivas.

Quais são os efeitos de muito barulho na saúde?

O impacto vai muito além da audição. O barulho constante pode aumentar o estresse, provocar cansaço mental e emocional, dificultar o sono e até afetar a concentração. Em longo prazo, há estudos que mostram que pode contribuir para problemas cardiovasculares, como hipertensão.

De que forma pode causar hipertensão?

Mesmo que a gente acredite que se acostumou com o som alto, o nosso cérebro continua reagindo como se estivéssemos em perigo, liberando hormônios do estresse, como a adrenalina.

Isso faz o nosso coração bater mais rápido e os vasos se contraírem, o que leva ao aumento da pressão arterial. Quando essa exposição ao barulho é constante, o nosso organismo fica em um estado de alerta contínuo, o que pode levar à pressão alta ao longo do tempo.

O que você observa no consultório em relação ao uso prolongado de fones de ouvido?

Cada vez mais jovens chegam ao consultório reclamando de zumbido e sensação de ouvido tampado. Muitos não imaginam que o uso excessivo dos fones de ouvido pode estar causando isso, ainda mais se não forem de boa qualidade.

O problema não é apenas o volume alto, mas também o tempo prolongado de uso. O ouvido precisa de descanso, e o ideal é fazer pausas ao longo do dia.

Existe um tempo médio, diário, semanal ou mensal, em que o uso de fones pode levar à perda de audição?

Não existe um tempo exato, mas a regra dos especialistas orienta volume abaixo de 60% do máximo do aparelho e, no máximo por uma hora seguida de uso.

Após esse período, o ideal é fazer uma pausa de pelo menos 5 a 10 minutos para permitir que o sistema auditivo descanse. Se a pessoa passa o dia todo com fones e em volume alto, os danos podem aparecer mais cedo do que ela imagina.

Quais os níveis de som que já oferecem risco para a audição, mesmo que a pessoa não perceba?

A partir de 85 decibéis já há risco, principalmente com exposição prolongada. Para ter uma ideia, isso equivale ao barulho do trânsito intenso ou de um secador de cabelo. Sons acima de 100 decibéis, como os de algumas baladas e fones de ouvido no volume máximo, podem causar danos, que podem ser importantes, com apenas poucos minutos de exposição.

E qual o impacto do barulho no sono?

O barulho constante atrapalha o sono, causa irritabilidade e pode aumentar o nível de estresse. Muita gente que mora em locais barulhentos reclama de insônia ou acorda várias vezes durante a noite. Além disso, o zumbido, aquele chiado no ouvido, é um sintoma muito comum em quem foi exposto a sons altos por muito tempo, e pode agravar ainda mais os sintomas anteriormente citados, piorando em muito a qualidade de vida da pessoa.

Fique por dentro 

A perda auditiva pode ser leve, moderada, moderadamente grave, severa ou profunda. Pode afetar um ou ambos os ouvidos e levar à dificuldade em ouvir conversas ou sons altos.

Quanto mais tempo a pessoa fica exposta a sons altos, maior o risco de perda auditiva permanente.

Muitas vezes, a pessoa só percebe que tem perda auditiva quando já está em um estágio mais avançado.

Os primeiros sinais de alerta costumam ser zumbido persistente, dificuldade para entender conversas em ambientes ruidosos e sensação de que o ouvido está tampado.

A principal forma de proteção é a prevenção: reduzir o volume dos sons, usar protetores auriculares em ambientes barulhentos, utilizar de maneira regrada os fones de ouvido e fazer exames auditivos períodos, pelo menos a cada dois anos.

Decibéis - unidade para medir as intensidades relativas do som.

Neurossensorial - perda causada por lesões na orelha interna (sensorial) ou no nervo auditivo.

Os Números 

-> 2,5 bilhões de pessoas terão algum grau de perda auditiva até 2050;

-> 1 bilhão de jovens adultos correm risco de perda auditiva permanente e evitável.

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