Chikungunya avança e mata dois
Aumento é de mais de 36% em relação ao mesmo período do ano passado
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Além da alta de casos de dengue, o Estado ainda tem de lidar com o aumento de casos de chikungunya. A doença – transmitida pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti – provocou a morte de duas pessoas no Espírito Santo. As mortes ocorrem em Cariacica.
Somente neste ano, já foram notificados 7.514 casos de chikungunya, até a 13º semana epidemiológica, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
No mesmo período do ano passado, o Estado havia registrado 5.516 casos notificados de chikungunya. Comparando os períodos, neste ano o aumento é de mais de 36%. Quanto aos casos de zika, já são 2.850 casos este ano.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso, aponta que o aumento de casos de chikungunya acompanhou os casos de dengue.
“A chikungunya tem uma característica importante que é a transmissão por bolsões, ou seja, se concentra em determinados bairros. Ela não migra tão rápido”.
Neste ano, segundo Orlei, até o último levantamento, há quatro casos de coinfecção por dengue e chikungunya. Durante todo o ano passado foram 18 casos.
Além de serem transmitidas pelo mesmo mosquito, essas doenças, segundo especialistas, apresentam alguns sintomas semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico.
A médica de Família e Comunidade, mestre e doutoranda em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Taynah Repsold, explica que os sintomas iniciais da dengue e chikungunya são semelhantes como febre, dores no corpo, fadiga e erupções cutâneas.
“A chikungunya distingue-se pela maior intensidade da dor articular que pode perdurar por meses a anos. Contrariamente, a dengue, especialmente nas suas manifestações mais severas, é marcada pela possibilidade de fenômenos hemorrágicos, como sangramento de gengivas, nariz, ou até mesmo hemorragia interna”, destaca.
A chikungunya tem potencial de agravamento, porém, segundo a infectologista Ana Carolina D'Ettorres, é um pouco menos frequente que os casos de dengue grave.
“Nos casos mais graves pode haver comprometimento respiratório a doenças neuroinvasivas, com agravo do neurológico do paciente, como encefalite, mielite, meningoencefalite e síndrome de Guillain-Barré. Diferente da dengue, não temos uma lista de sinais de alarme para chikungunya”, destaca.
Sintomas podem ser confundidos
Dengue
Febre (39°C a 40°C) de início repentino;
Dor de cabeça e dores musculares;
Dor atrás dos olhos;
Prostração;
Aapós o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Alguns sinais de alarme:
Dor abdominal intensa e contínua;
Vômitos persistentes;
Acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
Letargia e/ou irritabilidade;
Sangramento de mucosa.
Alerta: todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença. Porém, indivíduos com condições preexistentes, como as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas acima do 65 anos, têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.
Chikungunya
Febre;
Dores intensas nas articulações;
Edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa);
Dor nas costas;
Dores musculares;
Manchas vermelhas pelo corpo;
Coceira na pele, que pode ser generalizada, ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés;
Dor de cabeça;
Dor atrás dos olhos;
Conjuntivite não-purulenta;
Náuseas e vômitos;
Dor de garganta;
Calafrios;
Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças).
Alerta: o vírus chikungunya também pode causar doença neuroinvasiva, que é caracterizada por agravos neurológicos, tais como: encefalite, mielite, meningoencefalite, síndrome de Guillain-Barré, síndrome cerebelar, paresias, paralisias e neuropatias.
Zika
A infecção pelo vírus Zika pode ser assintomática ou sintomática. Quando há presença de sintomas os mais comuns são:
Febre baixa (38,5ºC) ou ausente;
Olhos avermelhados;
Coceira característica;
Também pode apresentar vermelhidão por todo o corpo, sendo comumente confundida com quadros de alergia.
Alerta: gestantes infectadas podem transmitir o vírus ao feto, e essa forma de transmissão da infecção pode resultar em aborto espontâneo, morte fetal ou malformações congênitas, como a microcefalia. Além disso, a zika também pode se relacionar a Síndrome de Guillain-Barré.
Fonte: Ministério da Saúde e Fiocruz.
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