3 mil casos de dengue em um mês e 5 mortes em investigação no ES
Estado está entre os 10 com maior incidência da doença, este ano, por 100 mil habitantes
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Ao menos cinco mortes estão sendo investigadas este ano por suspeita de dengue no Espírito Santo, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Um dos casos é de uma criança de 6 anos que morreu em Sooretama, no Norte do Estado, no último dia 19. Segundo a Sesa, a investigação dura cerca de 60 dias.
Até o momento, foram notificados mais de 8 mil casos de dengue, sendo mais de 3 mil confirmados em um mês e mais de 190 graves ou com sinais de alarme.
O Espírito Santo está entre os 10 estados com maior incidência da doença, este ano, por 100 mil habitantes, segundo levantamento feito pelo O Globo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.
Somente no ano passado, até novembro, 2.178 pessoas foram internadas por dengue no Estado. Em 2022, foram 334 internações, enquanto em 2021 foram 168. Os dados foram passados à reportagem pela Sesa.
A médica de Família e Comunidade Taynah Repsold, mestre e doutoranda em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), alerta que os sinais de alarme da dengue incluem dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, letargia ou irritabilidade, acúmulo de líquidos como ascite (acúmulo de fluidos no abdome) ou derrame pleural (acúmulo nos pulmões).
“Pode haver também hepatomegalia (aumento do fígado) dolorosa, hipotensão postural e aumento progressivo do hematócrito (exame de sangue que mede a porcentagem de hemácias no sangue). Diante desses sinais, é crucial buscar assistência médica imediata, pois eles podem indicar uma forma mais grave da doença”, orienta.
A pediatra Bruna de Paula chama atenção também para o fato de, em caso de suspeita de dengue, evitar o uso de ibuprofeno, outros anti-inflamatório e AAS (aspirina), devido ao risco de sangramento. “É indicado beber muito líquido e fazer repouso relativo”, indica.
A Sesa informou que aguarda a confirmação, por parte do Ministério da Saúde, do número de doses da vacina contra a dengue, a Qdenga, a serem enviadas ao Estado, e a expectativa é de que as doses estejam disponíveis até o início de fevereiro para que seja iniciada a imunização da população-alvo: crianças de 10 a 14 anos.
Sambão vai ter desfile de blocos no combate à doença
Por conta do aumento de casos de dengue no Estado, que em 2023 teve 191.131 casos notificados e 98 mortes confirmadas, o Sambão do Povo será palco de uma ação de orientação e prevenção contra a dengue, no primeiro dia de Carnaval na capital.
Nesta sexta-feira (02), vai passar pela avenida do samba, com o tradicional bloco “Que Loucura”, o “Capixabas Unidos Contra a Dengue”, que é composto por profissionais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), especialmente das Vigilâncias em Saúde, e profissionais das secretarias municipais. O desfile dos blocos será a partir das 21 horas.
A ação, segundo a Sesa, é “para mostrar à sociedade que a dengue é um risco prevenível e que toda a sociedade deve colaborar, combatendo os focos do mosquito Aedes aegypti”. Atualmente, o Espírito Santo vive uma epidemia de dengue, com o aumento significativo de casos a cada semana epidemiológica, de acordo com a Sesa.
“Estamos cumprindo nosso dever, em níveis federal, estadual e municipal, e focando na orientação, prevenção e eliminação dos focos do mosquito. Mas, mesmo assim, estamos observando aumento grande de notificações da doença”, destacou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Amaral Cardoso.
“O Carnaval é uma excelente oportunidade de levar informações sobre a dengue, usando a arte e o lúdico”, completou.
Saiba mais
Mortes
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que há cinco mortes por suspeita de dengue sendo investigadas no Estado.
Internações por dengue no Estado
2019: 2.388
2020: 812
2021: 168
2022: 334
2023: 2.178 (até novembro)
Casos de dengue
Até a quarta semana epidemiológica, já foram notificados mais de 8 mil casos de dengue, sendo mais de 3 mil casos confirmados e mais de 190 graves ou com sinais de alarme, com circulação dos sorotipos DENV 1 e DENV 2.
Sinais de alarme
Após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3º e o 7º dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos em cavidades corporais, letargia e/ou irritabilidade; aumento do tamanho do fígado e sangramento de mucosa.
Nesses casos, deve-se procurar imediatamente o hospital.
Vacina
O Ministério da Saúde definiu para 2024 o público-alvo da vacina contra a dengue, a Qdenga, de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.
A expectativa, segundo o Ministério da Saúde, é de que as doses cheguem ao Estado até início deste mês.
Fonte: Sesa e Ministério da Saúde.
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