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Política

Sem citar nomes, Weintraub diz saber de casos de assédio sexual no MEC

Ex-ministro afirmou ainda ter desligado um funcionário com "comportamento esquisito"


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Imagem ilustrativa da imagem Sem citar nomes, Weintraub diz saber de casos de assédio sexual no MEC
Weintraub falou saber de relatos de "moças assediadas durante anos" por esse ex-funcionário e ter ouvido "histórias de moças chorando nos corredores". |  Foto: Valter Campanato / Agência Brasil.

O ex-ministro da Educação e pré-candidato ao governo de São Paulo Abraham Weintraub (PMB) falou nesta quinta-feira (30), em transmissão ao vivo nas redes sociais, saber sobre episódios de assédio sexual no MEC (Ministério da Educação) e afirmou ter desligado um funcionário com "comportamento esquisito". Os comentários ocorrem em meio à saída de Pedro Guimarães da presidência da Caixa Econômica, após denúncias de assédio sexual por parte dele se tornarem públicas.

"Em Brasília, ele [o assédio] é muito forte entre as pessoas que são cargo de comissão. Aconteceram dois casos, um estava na minha equipe e outro no MEC antes de eu entrar. Cheguei e comecei a escutar histórias", disse Weintraub, sem nunca revelar os nomes de quem estaria acusando.

"Quando cheguei ao MEC, tinham histórias horrorosas sobre um deles. Mandei o cara embora, era indicado das gestões passadas [...] Não posso falar o nome dele, porque poderia ser processado, mas falei que a época dele acabou", afirmou.

Weintraub falou saber de relatos de "moças assediadas durante anos" por esse ex-funcionário e ter ouvido "histórias de moças chorando nos corredores" e sobre chamados para que elas frequentassem a sala dele.

O ex-ministro chamou assediadores de "covardes" e "vagabundos". "Quando mostrei que queria pegar ele e podia pegar para valer, ele sumiu -não do MEC, mas de Brasília", disse.

Quando esse funcionário teria deixado o MEC e tentado um novo cargo em Brasília, Weintraub disse ter avisado sobre ele em outro Ministério.

"Teve um outro que era coronel dos Bombeiros. Tinha mensagem de 'zap' dizendo para as moças que ele iria na casa delas para discutir trabalho, mas elas conseguiram mandá-lo embora", contou.

O ex-ministro reforçou que não iria comentar sobre o presidente da Caixa: "Não estou falando do Pedro Guimarães explicitamente, não sei o que aconteceu, tem que ver as provas".

A QUEDA DE PEDRO GUIMARÃES

Os casos relatados por funcionárias da Caixa contra Pedro Guimarães incluem toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis à relação de trabalho. As denúncias estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal. O TCU (Tribunal de Contas da União) também pediu a órgãos de controle a abertura de investigação.

Após as denúncias, Guimarães afirmou durante um evento da Caixa que tem "uma vida inteira pautada pela ética" e orgulho de como se portou ao longo da vida. O ex-presidente da Caixa é casado com Manuella Guimarães, filha do delator da Lava Jato Léo Pinheiro. Ele tem 57 anos e tem dois filhos. É formado em Economia pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e possui três cursos em nível de mestrado, sendo um na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. Antes de assumir a Caixa, passou pelos bancos BTG Pactual e Plural.

Especialista em privatizações, Guimarães assumiu o comando da Caixa em janeiro de 2019 após ser indicado ao cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda no início da gestão Bolsonaro. Desde então, Guimarães se afastou do chefe da pasta e virou um dos nomes mais próximos de Jair Bolsonaro (PL), participando várias vezes da live semanal do presidente.

Em abril, Guimarães disse que se mudaria para a África caso Bolsonaro não seja reeleito este ano, mostrou a coluna de Bela Megale, do jornal O Globo. De acordo com a colunista, a fala teria ocorrido durante um jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil.

O colunista do UOL Ricardo Kotscho afirma que Guimarães já havia sido investigado em processo administrativo interno da Caixa em 2019 por suspeita de envolvimento com uma funcionária. No fim do ano passado, Guimarães foi alvo de polêmicas por ter colocado funcionários para fazer flexões durante um evento de fim de ano para gestores da instituição. Na ocasião, no palco e na plateia, diretores e vice-presidentes da Caixa fizeram os movimentos em dois momentos, sob contagem do chefe.

Para anunciar a saída nesta quarta-feira (29), o ex-presidente do banco publicou uma carta aberta e, nela, negou as acusações, que vieram à tona ontem com uma reportagem do site Metrópoles. O caso é investigado sob sigilo no MPF (Ministério Público Federal).

Para o lugar de Guimarães, o governo anunciou Daniella Marques Consentino, considerada uma das protagonistas da gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia. A nomeação foi antecipada pela colunista Carla Araújo, do UOL.

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