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Política

Ex-funcionária denuncia "rachadinha" no gabinete do então deputado Manato

“Recebi sem nunca ter trabalhado um dia”, diz dona de casa


Cinco anos após ter sido exonerada de um cargo que diz nunca ter ocupado, a dona de casa Izabella Renata Andrade da Costa, de 28 anos, falou pela primeira vez sobre a participação no que ela afirma ser um esquema de rachadinha, supostamente no gabinete do então deputado federal Carlos Manato (PL), entre 2016 e 2017.

Imagem ilustrativa da imagem Ex-funcionária denuncia "rachadinha" no gabinete do então deputado Manato
Izabella da Costa é uma das mulheres que respondem na Justiça por participação na greve dos policiais |  Foto: Douglas Schneider / AT

Manato, que hoje disputa o cargo de governador do Espírito Santo, no segundo turno, também é acusado pela dona de casa de ser "uma das lideranças da greve da Polícia Militar", no Espírito Santo, em 2017. 

Izabella é uma das mulheres que respondem na Justiça por participação na greve dos policiais da época, que durou 22 dias. 

Na época, ela era mulher do ex-soldado da PM Walter Matias Lopes, também denunciado  por ter apoiado diretamente manifestantes e por incitar policiais e familiares a aderirem ao movimento. Segundo Izabella, o ex-soldado até hoje atua diretamente na campanha de Manato. 

Na época, Izabella foi citada pela Polícia Federal por envolvimento na greve. Manato chegou a dar entrevista negando qualquer incentivo ao motim e anunciando que ela seria exonerada. Dizia, ainda, que ela  trabalhava em Vitória cuidando de "redes sociais". Mas Izabella nega ter trabalhado em qualquer função. 

A Tribuna - Quanto tempo você teria trabalhado para Manato?

Izabella Renata Andrade da Costa - Eu fui lotada no gabinete do Manato, mas eu de fato nunca trabalhei. Não sei onde fica o escritório, nem o endereço. Para falar a verdade, apesar de estar atuando, no papel,  entre os anos de 2016 e 2017, nunca exerci nenhuma função, nem presencial nem remota, absolutamente nada. Era funcionária fantasma mesmo, nunca trabalhei um dia. 

E como entrou nesse esquema? 

A forma que eu cheguei ao cargo foi por meio do meu  ex-marido, que é ligado ao Manato até hoje, o ex-soldado Matias. 

Nessa época, apesar de estar lotada no gabinete dele, eu fiquei em casa, cuidando do meu filho.

Quanto recebia?

Não sei precisar o valor, pois ia direto para o meu ex-marido. Ele recebia e devolvia uma parte. O dinheiro não chegava às minhas mãos. 

O seu ex-marido, na época, também participava?

Ele não era servidor. Só eu que era lotada lá no gabinete. Lembro apenas de ter assinado papéis, algumas folhas. Mas ele sempre atuou diretamente com Manato.

Você sabia que participava de um esquema que não era legal? 

Sabia o que era rachadinha, já tinha ouvido falar. Mas o Matias comentava que não era só ele que fazia isso. Era algo que todo mundo fazia, algo normal. 

E conhecia o Manato pessoalmente? 

Sim, por causa da proximidade dele com o meu ex-marido. 

O ex-soldado Matias foi acusado de participação na Greve da PM, em 2017. Você também  participou de forma ativa? 

Eu participei e vivi tudo aquilo de perto, fui para a frente de batalhões por causa do meu ex-marido. Eu fazia o que me diziam para fazer. A verdade é que Manato estava a frente de tudo sempre. 

Da greve da PM?

Sim. Matias era quem aparecia, mas Manato era quem estava por trás o tempo todo. Ele era responsável pela parte de apoio logístico às mulheres. Ele pagava pela alimentação delas, os lanches que chegavam. Na época, foi falado que a alimentação vinha de doação de populares e de uma associação, mas sempre foi ele. 

A estratégia, na época, era muito clara e a mesma que usa hoje: instalar o caos na população para depois ele aparecer como salvador. Muitos acreditaram naquela época. 

E você também foi presa na época?

Sim. Fiquei cinco dias presa. Meu filho tinha acabado de completar 1 ano de idade. Passei cinco dias presa por causa do envolvimento que eu tinha com meu ex-marido e respondo até hoje na Justiça porque teria atrapalhado as investigações. Já fui inocentada em um julgamento, mas houve recurso.

Nessa época da greve, você ainda era uma funcionária do gabinete do Manato? 

Sim. Em fevereiro de 2017, fui exonerada do cargo que nunca exerci após eu ter sido citada nas investigações por envolvimento com a greve. Foi uma forma de ele tirar o corpo dele fora, como se falasse "eu não tenho nada a ver com isso e o problema é dela".

E por que resolveu denunciar apenas agora? 

Porque estou vendo o que está acontecendo de novo. Ele está usando a mesma tática da época da greve. Falando que a população está em perigo, que o governo é ineficaz na segurança para crescer. Me coloco no lugar das pessoas, acreditando que ele é uma pessoa, quando na verdade é completamente diferente. Vi de perto como essa imagem dele não condiz com a verdade.

O OUTRO LADO

Por meio de nota, a assessoria do candidato a governador Carlos Manato informou que "o inquérito sobre rachadinha foi arquivado no passado. Nada foi constatado. Ela e o então marido trabalharam cuidando das mídias sociais do ex-deputado. Causa estranheza, faltando 11 dias para as eleições, ela (Izabella) procurar um jornal para falar de um suposto caso de 2017, quando deveria procurar o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. Isso é falácia e tentam plantar uma notícia falsa em um jornal de credibilidade como A Tribuna. Não temos nada a temer e queremos que tudo seja esclarecido, como já foi no passado quando tentaram forjar a mesma notícia falsa já esclarecida pela Justiça".

Já o ex-soldado da PM Walter Matias Lopes afirmou que "Manato nunca se utilizou desse esquema de rachadinha" e que entrará com uma ação por danos morais contra a ex-mulher. "Uma coisa que aprendi nessa vida que recebi dos meus pais foi algo que levarei para sempre e farei meus filhos levarem: honestidade".

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