Corregedor que denunciou pressão na Receita sob Bolsonaro pede para sair
A exoneração de Tafner deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias
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O corregedor da Receita Federal que denunciou pressão sob o ex-presidente Jair Bolsonaro, João José Tafner, pediu exoneração do cargo. A informação foi confirmada pelo Ministério da Fazenda.
O QUE ACONTECEU?
Tafner afirmou ter sofrido pressão do antigo comando do órgão em 2022. A cobrança seria para arquivar processo disciplinar aberto contra o então chefe da inteligência da Receita em 2019, Ricardo Feitosa, segundo revelou a Folha de S.Paulo.
Dados fiscais e sigilosos de desafetos do então presidente foram acessados por Feitosa. O servidor olhou os documentos sem justificativa.
O mandato para o cargo de corregedor da Receita é de três anos. A exoneração de Tafner deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.
Tafner é um auditor visto como próximo da família Bolsonaro. Ele foi nomeado corregedor da Receita em fevereiro do ano passado com o aval do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que já foi envolvido em investigação sobre a chamada "rachadinha" e estaria interessado em um controle maior do órgão.
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O então procurador-geral de Justiça do Rio Eduardo Gussem, que apurou o suposto esquema das "rachadinhas", e políticos que romperam com a família Bolsonaro, como o empresário Paulo Marinho e o ex-ministro Gustavo Bebianno, estão na lista de contribuintes cujas informações foram violadas.
Tafner acusou o então secretário da Receita, Júlio Cesar Vieira Gomes, e o então subsecretário-geral, José de Assis Ferraz Neto, de pressioná-lo a arquivar o caso e não punir Feitosa, segundo a Folha. Os dois negaram as acusações.
Após a publicação da reportagem, a Receita divulgou uma nota informando que zela pela segurança, sigilo e controle no acesso a informações protegidas por sigilo fiscal.
"Os servidores que acessaram dados protegidos, sem motivação, foram identificados e estão sendo devidamente processados. Em alguns casos, como informa a própria imprensa, as penalidades já foram aplicadas."
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