Técnica de enfermagem dava socos nas costas e sufocava bebê no ES: "Ato perverso"
Mulher foi presa preventivamente após mãe da criança descobrir torturas
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"Ato perverso". Foi como a delegada Gabriela Enne descreveu os crimes cometidos por uma técnica de enfermagem, investigada por torturar um bebê enquanto trabalhava de babá, em Vitória. A mãe descobriu as agressões ao analisar câmeras de videomonitoramento da casa. A mulher foi presa no último dia 30, enquanto trabalhava em um hospital de Cariacica.
Segundo a delegada, adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a técnica de enfermagem foi contratada quando o bebê tinha apenas uma semana de vida. A mãe é uma médica e teria escolhido uma técnica justamente pensando que o filho ficaria mais bem cuidado, já que a criança possui uma intolerância alimentar ao leite e faz uso de remédios para tratamento.
No entanto, a mãe descobriu que o bebê, agora com dois meses, era agredido e sacudido pela mulher. Segundo a polícia, a babá sufocava a vítima com uma fralda, dava tapas e socos nas costas do bebê e segurava ele pelo pescoço sem nenhuma proteção. "Todo plantão dela tinha atos de tortura", afirmou Gabriela.
A mãe só descobriu os crimes cerca de um mês e meio após a contratação da babá, que fazia plantões noturnos na casa e se aproveitava dos momentos sozinha com a criança. Ela notou um hematoma no filho e, após uma noite em que ouviu a criança chorar muito, resolveu conferir as câmeras de videomonitoramento da casa.
"Inclusive a investigada sabia que tinha câmeras e em vários momentos ela virava de costas para as câmeras para ministrar remédio, para tampar a boca do bebê, praticava esses atos de costas para as câmeras, o que demonstra um ato bem cruel, perverso da parte dela", destacou a delegada.
Foi descoberto ainda que a mulher dava remédios e fórmula em quantidades e horários que não condiziam com o indicado pelos médicos. "O que me causou muito espanto foi que em diversos momentos esse bebê estava quieto, tranquilo, sem chorar, e ela praticava um ato de tortura e a criança começava a chorar bastante, então parece um ato perverso mesmo", completou Gabriela.
A técnica de enfermagem, de 31 anos, foi presa apenas cinco dias após a mãe descobrir as agressões. Isso por que a mulher também trabalha na UTI neonatal de um hospital de grande porte em Cariacica, e havia um risco de que ela cometesse os mesmos atos na unidade, justificando o pedido de prisão preventiva feito pela polícia. A mulher foi presa no último dia 30, na unidade hospitalar, onde ela trabalhava há cerca de três meses. Ela foi indiciada pelo crime de tortura, já passou por audiência de custódia e segue presa.
O bebê passou por exames e um laudo médico vai constatar se ele desenvolveu lesões e ficou com sequelas após as agressões. Entre as consequências, é investigado se o bebê teve danos cerebrais que podem ser provocados pela forma como foi sacudido pela investigada.
O hospital onde a técnica de enfermagem trabalha foi noticiado sobre os fatos e vai analisar imagens de videomonitoramento da unidade. Caso encontre novos indícios de crime, cometidos no local, um novo inquérito policial será aberto contra a mulher. O Coren, Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo, também foi notificado sobre os atos da mulher e abrirá um processo administrativo interno para apurar os fatos.
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