O que a polícia descobriu no caso do taxista morto por asfixia em porta-malas
Dois suspeitos foram presos. Eles roubaram R$ 500 da vítima antes de colocá-lo no porta-malas, onde ficou por cerca de 22 horas
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Após serem presos pela equipe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, Verônica Barbosa de Andrade, de 44 anos, e Erivelton de Andrade Agostinho, de 22 anos, deram detalhes sobre o latrocínio do taxista José Erculano Marques, de 75 anos, em março deste ano, no município.
O crime teve início em Cariacica, onde os suspeitos e a vítima moravam. De acordo com a Polícia Civil, Verônica já conhecia o taxista, pois havia feito uma corrida com ele para Campo Grande. Após esse encontro, os dois mantiveram contato, e Verônica percebeu que José Erculano costumava carregar o dinheiro que recebia no bolso da camisa.
No dia 9 de março, Verônica convidou o filho, Erivelton, e Heric da Silva Fidelis de Miranda, de 22 anos, para cometerem o crime juntos. Os três se dirigiram à praça de Itacibá, onde Verônica abordou o táxi de Erculano, que era o quarto da fila. Como os outros taxistas não se opuseram, a vítima aceitou a corrida.
Verônica sentou-se no banco do carona, armada com um facão, enquanto Heric, que estava atrás do motorista, portava uma faca de cozinha. Já Erivelton, sentado atrás do banco do carona, carregava um simulacro de arma de fogo.
O assalto foi anunciado em um túnel no bairro Jacuhy. Heric imobilizou o motorista com uma gravata, e Erivelton o golpeou na cabeça com o simulacro. Enquanto os dois homens continham Erculano, Verônica roubou R$ 500, que estavam no bolso da calça da vítima e em uma bolsa sob o banco.
Os criminosos decidiram colocar o taxista no porta-malas do veículo. Ao fugirem do local onde o carro foi abandonado, Erivelton furou o pneu dianteiro e todos abandonaram os objetos utilizados no crime.
Verônica e o filho foram presos em julho. Ela foi detida no dia 19, em uma praça no bairro Nova Brasília, em Cariacica. Já Erivelton foi capturado no dia 30, em sua casa no mesmo bairro. Ele tentou fugir pelos fundos, mas foi capturado.
Heric permanece foragido e, segundo investigações da polícia, teria fugido para Minas Gerais. As autoridades pedem que qualquer informação sobre o paradeiro do suspeito seja repassada pelo Disque-Denúncia 181. A denúncia é anônima e o sigilo é garantido.
Os três suspeitos foram indiciados por latrocínio.
O CASO
José Erculano Marques foi encontrado morto no porta-malas de seu próprio carro, próximo a uma ferrovia no bairro Jacuhy, na Serra, em 10 de março. A vítima permaneceu cerca de 22 horas presa no veículo até ser localizada por vigilantes de uma empresa mineradora, que acionaram a polícia.
De acordo com o perito oficial criminal da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), Carlos Augusto Chamoun, a vítima morreu em decorrência de um infarto agudo, possivelmente causado pelas condições extremas a que foi exposta.
"O veículo ficou mais de 20 horas estacionado, sendo que 10 horas foram durante o dia, com grande parte do carro exposta ao sol. Em determinado momento, a temperatura externa chegou a 30ºC, e no interior, pode ter atingido 51ºC", revelou o perito.
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