Morte de irmãos na Piedade: “Esperamos pena de até 60 anos”
Afirmação é do promotor de Justiça Rodrigo Monteiro, que aguarda condenação máxima para os quatro acusados do assassinato
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Após cinco anos de um crime bárbaro, que chocou a população capixaba, os acusados de atirar e matar os irmãos Damião Marcos Reis, 22 anos, e Ruan Reis, 19, em março de 2018, em Vitória, vão a júri popular a partir das 9h desta quarta-feira (5).
Com provas testemunhais e técnicas que evidenciam a participação de pelo menos oito pessoas no crime, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) espera por uma pena justa.
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“Temos plena convicção, de acordo com a prova apurada no processo, que será possível a condenação de todos, com uma pena de 60 anos para cada um. É isso que a gente espera, para que a família do Ruan e do Damião, em especial, a mãe desses meninos, possa, enfim, encerrar o seu luto, encerrar o seu velório”, disse o promotor de justiça Rodrigo Monteiro.
O promotor explicou que, ao todo, oito pessoas envolvidas na morte dos irmãos foram denunciadas pelo MPES. Dessas, apenas quatro serão julgadas amanhã.
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“Vamos precisar fazer três julgamentos: o júri do dia 5 (amanhã), com quatro réus, uma data a ser agendada com mais dois réus que recorreram desse processo e, posteriormente, um terceiro júri, com mais dois réus que foram denunciados em um processo paralelo”.
Serão julgados nesta semana Alan Rosário do Nascimento, conhecido como “Gordinho”, Flávio Sampaio, o “Coroa” ou “Flavinho”, Rafael Batista Lemos, o “Boladão”, e Gean Gaia de Oliveira, o “Chocolate”. Todos eles já estão presos.
“Inicialmente, foram denunciados seis réus. O sétimo réu foi assassinado logo no início das apurações, então já foi excluída a culpabilidade dele e, posteriormente, conseguimos levantar mais dois autores. Hoje, nós temos oito pessoas acusadas de participar deste crime”, ressaltou o promotor.
Ruan e Damião foram assassinados no dia 25 de março de 2018, no quintal de casa. Cada um deles levou mais de 20 tiros.
Segundo o responsável pelas investigações na época, o então titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Marcus Vinícius de Souza, Ruan foi morto porque não sabia onde estava o chefe do tráfico de drogas do Morro da Piedade, João Paulo Ferreira Dias. Já Damião foi assassinado ao tentar salvar o irmão dos bandidos.
| ENTENDA O CASO
Não sabiam onde estava o chefe do tráfico
Assassinato
No dia 25 de março de 2018, os irmãos Damião Marcos Reis, 22 anos, e Ruan Reis, 19, foram assassinados com mais de 20 tiros, cada um, dentro do quintal da casa onde eles moravam, no Morro da Piedade, em Vitória.
Segundo o responsável pelas investigações na época, o até então titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Vitória, delegado Marcus Vinícius de Souza, Ruan foi morto porque não sabia onde estava o chefe do tráfico de drogas do Morro da Piedade, João Paulo Ferreira Dias, 23.
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Já Damião, foi assassinado ao tentar salvar o irmão dos bandidos.
Damião era passista de escola de samba e Ruan dava aula de capoeira.
As investigações Polícia Civil apontaram que os irmãos não tinham envolvimento com o crime.
Na época do crime, foram presos Renato Correia Ramos e o irmão dele, Leandro Correia Ramos, além de Flávio Sampaio, “o Coroa’. Renato e Leandro, acabaram soltos e hoje respondem ao crime em liberdade.
Posteriormente, foram presos Alan Rosário de Oliveira, Gean Gaia de Oliveira, e Rafael Batista Lemos.
Além deles, outras duas pessoas foram denunciadas pelo MPES e também respondem ao processo. Seus nomes não foram divulgados.
Júri
Hoje, vão a júri popular os acusados do crime Alan, Gean, Rafael e Flávio.
O julgamento acontece na 1ª Vara Criminal de Vitória, que fica na Cidade Alto, em Vitória, a partir das 9h.
Um policial civil será ouvido como testemunha, além dos próprios réus.
Os pais de Damião e Ruan disseram que não vão ao júri. A mãe informou ao MPES que, desde a morte dos filhos, faz uso de medicações devido a um problema de saúde que adquiriu após o crime.
Fonte: Pesquisa AT e Ministério Público do Espírito Santo.
| OPINIÃO
Temos plena convicção, de acordo com a prova apurada no processo, que será possível a condenação de todos os réus. Esperamos que a família de Ruan e Damião, possa encerrar seu luto”
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