“Estou vivo por um milagre”, diz marido de vendedora morta pela filha
O vendedor, de 32 anos, contou que a enteada e o namorado dela o agrediram com um taco de beisebol e facadas. Confira a entrevista
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Sem conseguir segurar o choro, o marido da vendedora morta pela própria filha e pelo namorado dela de 14 anos revelou os momentos de terror que viveu desde que chegou em casa do trabalho, na noite de quinta-feira (27).
O vendedor, de 32 anos, contou que a enteada e o namorado dela o agrediram com um taco de beisebol e facadas. Além disso, tentaram jogar a culpa pela morte da sua mulher, gritando para pessoas na rua.
Emocionado, ele disse: “Estou vivo por um milagre de Deus”.
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A Tribuna Quando percebeu que havia algo errado?
Vendedor: Cheguei por volta das 19h20. Quando fui abrir a porta percebi que tinha uma cadeira encostada. Era para fazer barulho quando eu abrisse. Achei estranho, mas não passou nada de ruim na cabeça.
Como foi atingido?
Quando entrei, vi marcas de pisadas com sangue na cozinha e um balde de água que eles estavam usando para limpar depois do crime. Fiquei assustado, falei “amor, aconteceu alguma coisa?”.
Quando caminhei pelo corredor, vi minha enteada. Então, o rapaz já me atingiu na cabeça com um taco de beisebol. Foi muito forte.
Como te agrediram?
Ele deu o primeiro golpe, já vieram pra cima de mim com uma faca e começaram a gritar que eu havia matado minha esposa. Não sei se era para a vizinha ouvir.
Você conseguiu reagir?
Eu não consegui me defender dela, mas eu fui pra cima dele. O menino estava com a força que não era de adolescente. Cheguei no portão gritando.
O portão estava fechado?
Sim, porque quando chego em casa fecho. Tentei sair para pedir socorro, mas eles jogaram a chave fora. Gritaram para todos na rua que eu tinha matado minha mulher.
Como os vizinhos ficaram?
Eles não sabiam o que estava acontecendo, então se revoltaram comigo. As pessoas falavam que iam me matar. O que me salvou foi o portão estar fechado. Estou vivo por um milagre de Deus, porque se eu tivesse saído eles tinham me matado. Eu lutava pela viva dentro e fora das grades.
Sabe o que pode ter motivado isso?
Não sei. A gente se dava bem. Soubemos que ela estava namorando tem três ou quatro semanas. Tínhamos costume de ir nesses festivais na Prainha (Vila Velha) e eles foram com a gente umas três vezes. Eu e a minha mulher ficávamos escutando a música e ele ficava com minha enteada nos brinquedinhos, conversando e tirando foto. Ela tinha briguinhas com a mãe, mas coisa normal.
Sua mulher chegou a proibir esse relacionamento?
Não. A gente tinha conversado que era um namorinho de criança, de ficar andando junto de mão dada. Pensamos “vamos deixando e ver no que dá”. E isso aconteceu.
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