Criminosos se passam por contadores para roubar dados de MEIs
Veja como funciona o novo golpe e quais recomendações do Conselho Federal de Contabilidade para evitar que isso aconteça
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Em um novo golpe que tem como alvo microempreendedores individuais (MEIs) no Brasil, criminosos se passam por contadores para roubar dados financeiros e pessoais dessas vítimas. A fraude começa com uma mensagem falsa de oferta de crédito, que é seguida por solicitações de documentos e informações pessoais.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), os golpistas estão obtendo informações suficientes para solicitar empréstimos, contratar serviços e até abrir empresas em nome de terceiros. Além disso, eles estão vendendo um falso serviço de contabilidade para a emissão de uma declaração falsa de rendimentos, o que encoraja a vítima a pagar pelo serviço.
Para dar credibilidade à fraude, os golpistas estão usando o nome de profissionais legítimos da contabilidade obtidos em sites de Conselhos Regionais da categoria. Assim, eles envolvem pessoas inocentes na fraude.
“Tanto o MEI é lesado quanto o contador que tem seu nome usado, embora de formas diferentes. Às vezes, o profissional só vai ficar sabendo do processo quando é abordado por fiscalização ou quando descobre seu nome envolvido em uma denúncia”, afirma a vice-presidente de fiscalização do CFC, Sandra Campos.
A proposta, enviada pelo que parece ser uma instituição financeira confiável, é tentadora: acesso facilitado a um montante maior do que a renda do empreendedor abordado permitiria. O custo, porém, é bastante alto: além de convencer os MEIs a pagarem por um serviço desnecessário, os golpistas obtêm informações pessoais que podem ser usadas em uma série de fraudes.
O CFC alerta os microempreendedores para ficarem atentos a ofertas de crédito e serviços financeiros que pareçam muito boas para ser verdade. Caso recebam uma mensagem desse tipo, é importante verificar a origem da mensagem antes de fornecer qualquer informação pessoal ou financeira. As informações são do portal O Tempo.
“Essa quadrilha ataca exclusivamente quem é MEI, porque os microempreendedores costumam colocar o telefone deles no cartão de CNPJ. Passando-se por uma instituição financeira, eles afirmam que conseguem aprovar crédito e pedem os documentos da pessoa. Para comprovar a renda, solicitam a Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos (Decore), mas quando a recebem, afirmam que o documento está errado”, explicou ao portal O Tempo, a coordenadora de fiscalização, ética e disciplina do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Franciele Carini.
Ao mesmo tempo em que obtêm as informações de que precisam para pedir empréstimos, contratar serviços e até abrir empresas em nome de terceiros, os golpistas vendem à vítima um serviço de contabilidade falso para emissão de uma Decore ilegítima.
“Então, ele indica outro membro da quadrilha como se fosse profissional da contabilidade e a vítima aceita pagar pela emissão da falsa declaração”, conta a representante do CFC.
Quando a pessoa entra em contato com o possível escritório ou profissional, os golpistas solicitam documentos pessoais (CPF, RG, comprovante de endereço e outros). Logo em seguida, é enviado um documento que informa um valor superestimado de rendimentos mensais que proporcionará liberação de crédito, o que deixa a vítima encorajada, pois não precisará comprovar a renda. Porém, os golpistas solicitam um pagamento via transferência bancária, ou PIX. Após a efetivação do pagamento, ao tentar contato com a instituição bancária, a vítima não é mais atendida.
Como evitar
A primeira recomendação, conforme Sandra, é desconfiar de ofertas “generosas” demais. “Os bancos ganham dinheiro em cima de juros. Se a taxa é muito baixa, tem que desconfiar e se certificar. Para isso, é possível entrar em contato com a própria instituição financeira ou com o Conselho de Contabilidade do estado”, diz.
Outro ponto importante é, antes de contratar ou pagar por um serviço de contador desconhecido, conferir todos os dados do profissional no site dos Conselhos Regionais, inclusive o registro profissional. “Eles usam os nomes, mas outros dados costumam não bater. O DDD da pessoa que atende à vítima geralmente não corresponde ao do contador ‘real’, por exemplo”, conta Franciele.
Outras recomendações:
Nunca forneça seus dados pessoais e documentos para desconhecidos, inclusive imagens do seu rosto, senhas e números de cartão. Na dúvida, opte por resolver questões envolvendo essas informações pessoalmente.
Fique atento aos links enviados por SMS e WhatsApp. Nenhuma instituição bancária vai solicitar cadastro ou códigos por esses meios com essa finalidade.
Ative sempre o fator de dupla verificação/autenticação dos seus aplicativos e dispositivos móveis.
Não realize o pagamento de taxas ou depósitos como condição para liberação de crédito. Nenhuma instituição financeira solicita esse tipo de pagamento.
Se for vítima, como proceder:
De acordo com o CFC, caso o microempreendedor desconfie que foi vítima de golpe, pode conferir, por exemplo, a assinatura digital e as Decores emitidas pelos profissionais de contabilidade no sistema do CFC para se certificar de que foi atendido por um verdadeiro contador. Confirmada a desconfiança, é importante registrar a ocorrência na Polícia Civil e fazer a denúncia no Conselho Regional de Contabilidade. É importante apresentar registros da conversa com os golpistas.
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