Canal que ensinava a fazer armas caseiras é retirado do ar após pedido da polícia
Polícia do Espírito Santo realizou operação e mais de mil vídeos, que totalizavam 110 milhões de visualizações, foram identificados e removidos
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A Polícia Civil do Espírito Santo desarticulou uma rede de divulgação de vídeos com ensinamentos para fabricação de armas caseiras na internet. A operação "ARMAS.COM" identificou e retirou do ar mais de mil vídeos, que totalizavam 110 milhões de visualizações, em canais que somavam mais de 800 mil inscritos.
As ações da polícia se intensificaram depois que um homem preso em Cariacica no final do ano passado, declarou que havia aprendido a fabricar armas por meio de vídeos nas redes sociais.
Após investigação, a polícia descobriu que, só em um canal que divulgava esse tipo de conteúdo, os vídeos somavam 110 milhões de visualizações. Os trabalhos de apuração começaram no Espírito Santo, mas foram identificadas possíveis fábricas clandestinas em mais de 10 estados do país.
“Iniciamos uma busca para saber como essas armas de fogo estavam chegando até o crime organizado, de que forma elas eram feitas, e conseguimos descobrir que as pessoas estavam aprendendo a fazer armas de fogo por meio de plataformas de vídeo”, explicou o delegado Daniel Belchior, titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).
Além dos vídeos, o canal hospedado no YouTube ainda disponibilizava links para PDFs com explicações completas do passo a passo de como fabricar as armas caseiras.
Com o apoio do Ministério Público, a polícia conseguiu identificar diversos canais na plataforma e retirá-los do ar. “Conseguimos com as medidas judiciais a exclusão desses canais. No total foram mais de mil vídeos excluídos. Só de inscritos eram 835 mil inscritos aproximadamente”, detalhou Belchior.
O delegado também contou que uma boa parte desses canais são de outros estados do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Cada estado agora vai desenvolver suas operações voltadas para isso”, pontuou o delegado-geral da Polícia Civil (PCES), José Darcy Arruda.
O YouTube retirou o conteúdo do ar após medida judicial e risco de pagamento de multa que alcançava mais de 1 milhão de reais. O Ministério da Justiça vai continuar investigando o assunto, que envolve também outras redes sociais.
Veja prints dos vídeos, divulgados pela Polícia Civil do Espírito Santo:
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