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Restos mortais de Maurício de Nassau podem ser enviados para Pernambuco

Senador Humberto Costa fez o pedido à Embaixada da Alemanha


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Imagem ilustrativa da imagem Restos mortais de Maurício de Nassau podem ser enviados para Pernambuco
|  Foto: Divulgação/Roberto Stuckert Filho

Nesta terça-feira, o senador Humberto Costa (PT) esteve na Embaixada da Alemanha, em Brasília, para tratar de um projeto de caráter histórico, turístico e cultural de Pernambuco. O parlamentar solicitou à representação germânica o envio dos restos mortais do príncipe João Maurício de Nassau para o estado.

A proposta é integrá-los ao conjunto arquitetônico da rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife.

Recebido pelo chefe da Chanceleria alemã, Wolfgang Bindseil, e pela conselheira Claudia Seidler, o senador vai dar sequência aos entendimentos com o cônsul-geral da Alemanha no Recife, Embaixada dos Países Baixos e Ministério das Relações Exteriores.

Nassau foi governador-geral do Brasil Holandês entre 1637 e 1643. De origem alemã, era um conde integrante da Casa de Orange e veio para Pernambuco com a maior missão artística e científica a cruzar a Linha do Equador até então.

Para Pernambuco, Nassau trouxe pintores, como Frans Post e Albert Eckhout, arquitetos, astrônomos, naturalistas, que mudaram a paisagem do Recife e legaram empreendimentos, como o primeiro observatório astronômico das Américas. 

A liberdade religiosa assegurada por Nassau, nesse período, trouxe um grande número de judeus da Europa para Pernambuco, onde fundaram,  na rua do Bom Jesus, antiga rua dos Judeus, a primeira sinagoga das Américas, que hoje busca reconhecimento como patrimônio histórico e artístico nacional e como patrimônio mundial junto à Unesco.

"Estamos trabalhando nesse processo da Kahal Zur Israel e, tendo em conta a imensa contribuição de Nassau ao desenvolvimento das artes, da ciência, da economia, da arquitetura do nosso estado, pensamos que trazer os seus restos mortais ao Recife,", disse o senador.

Nassau não teve herdeiros. Morreu em 1679, em Cleves, na Alemanha, e, após um período, a família pediu o translado dos restos mortais para a cidade de Siegen, também na Alemanha, de onde parte dos seus ancestrais era originária. 

Em 2024, ocorrem os 400 anos da primeira incursão holandesa sobre o território da colônia, havida na Bahia, e terminada em 1625. Cinco anos depois, em 1630, os neerlandeses tomaram Pernambuco e promoveram uma ocupação que durou 24 anos. 

No próximo ano, a Alemanha comemora os 200 anos do início da imigração germânica no Brasil.

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