Vereador joga Constituição no chão e chama Moraes de “ditador” na Câmara do Recife
Discurso de Gilson Filho foi feito na 35ª reunião ordinária da Câmara
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O vereador Gilson Machado Neto Filho (PL), filho do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, protagonizou um momento de tensão durante a sessão da Câmara Municipal do Recife, nesta terça-feira (17).
Em meio ao discurso, ele jogou no chão um exemplar da Constituição Federal e chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “ditador”.
O parlamentar usou termos como “ditadura do Judiciário” e criticou decisões do STF, direcionando as falas especialmente a Moraes. Durante a fala, Gilson Filho afirmou:
“Ele foi preso por perseguição política. Uma perseguição sem prova nenhuma, dizendo que ele tentou um passaporte português para Mauro Cid, quando, na verdade, ele estava tentando tirar um passaporte para o meu avô”.
Segundo o vereador, o ministro está buscando todos os aliados de Bolsonaro para incriminá-lo.
“O ministro Alexandre de Moraes pega a constituição brasileira e rasga. Ele hoje está se achando o ditador do Brasil e eu como filho fico muito triste”, disse pouco antes de jogar a constituição.
O episódio ocorreu no contexto da prisão do ex-ministro Gilson Machado, pai do vereador, realizada pela Polícia Federal na semana passada.
“Foi tão injusta a prisão que soltaram ele no mesmo dia. Soltaram ele com cinco medidas cautelares. Ele não pode sair do Recife. Ele não pode, por exemplo, ir para os shows de forró pela banda dele; ele não pode falar com o presidente Bolsonaro... Para Alexandre de Moraes, primeiro se prende, depois, se investiga”.
Até o momento, não há informações se a Mesa Diretora da Câmara do Recife adotará medidas formais sobre o caso.
O STF também não se pronunciou sobre o episódio. O presidente do Poder Judiciário, Romerinho Jatobá (PSB), prestou solidariedade ao filho de Bolsonaro, embora tenha destacado as diferenças políticas.“Indiferente às diferenças partidárias, conte com minha solidariedade e meu apoio”.
O vereador Luiz Estáquio (PSB) disse que o vereador errou ao jogar a constituição no chão, mas também considerou a prisão do ex-ministro como injusta. Para ele, ao se prender desta forma, sem provas concretas, a pessoa já é condenada pela sociedade.
"Eu sempre fui contrário que possa tolher o direito do próximo, não importa quem seja".
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