Sete pessoas são baleadas durante show de João Gomes no Carnaval de Olinda
Entre as vítimas, na madrugada desta quarta-feira, estão um adolescente de 17 anos e uma turista de São Paulo
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Sete pessoas foram baleadas na madrugada da última quarta-feira (5) durante o show do cantor João Gomes no palco "Pernambuco Meu País", principal polo do Carnaval de Olinda, em frente à Igreja do Carmo. Entre as vítimas, estão um adolescente de 17 anos e uma turista de São Paulo.
De acordo com testemunhas, o tiroteio aconteceu enquanto o artista se apresentava. Criminosos tentavam executar um desafeto, que conseguiu fugir sem ferimentos. As vítimas, que não tinham qualquer relação com o alvo, foram atingidas por balas perdidas enquanto assistiam ao show. O cantor João Gomes não se pronunciou.
Quatro vítimas foram levadas para hospitais no Recife
Quatro dos feridos foram encaminhados ao Hospital da Restauração (HR), no Recife, incluindo a turista paulista Luna Martins França Pontes, de 37 anos, baleada na região do fêmur, que passou por cirurgia. Também foram internados:
Miguel Henrique Dias Cavalcanti, 17 anos – atingido no quadril, passou por procedimento cirúrgico;
Hugo Kauan da Silva Correia, 19 anos – baleado na perna;
Andreza Muniz dos Santos, 29 anos – ferida de raspão nas nádegas, já recebeu alta.
No local do crime, foram encontradas sandálias, marcas de sangue e uma tornozeleira eletrônica, o que sugere a participação de um detento em liberdade provisória no ataque.

Festa continuou após o tiroteio
Apesar do pânico gerado pelos disparos e do atendimento às vítimas, a programação do Carnaval de Olinda não foi interrompida. “Pararam o som por um momento, depois ligaram de novo, como se nada tivesse acontecido”, relatou um ambulante que trabalhava no local.
A ausência de uma resposta rápida e eficaz por parte da gestão municipal levanta questionamentos sobre o planejamento de segurança em um dos principais polos do Carnaval, que prometia garantir a integridade dos foliões. O caso foi divulgado no Jornal da Tribuna 1ª Edição, comandado por Artur Tigre, em reportagem de Carlos Simões.
Prefeitura explica que não havia sistema de reconhecimento facial no local
Em nota, a Prefeitura de Olinda afirmou que a responsabilidade pela segurança no local era da Secretaria de Defesa Social (SDS), do Governo de Pernambuco, e que o sistema de reconhecimento facial não estava habilitado no perímetro onde o crime ocorreu.
“A Prefeitura, por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) municipal, prestou socorro a cinco vítimas, que foram transferidas para unidades de saúde em cidades adjacentes”, diz a nota.
No entanto, o comunicado não esclarece, nem detalha quais providências estão sendo tomadas para garantir a segurança dos foliões nos próximos eventos.
Polícia Militar alega ter agido rapidamente
A Polícia Militar de Pernambuco informou que foi acionada logo após os disparos e colaborou no socorro dos feridos. Já a Polícia Civil, por meio da 9ª Delegacia de Homicídios, investiga as sete tentativas de homicídio e analisa imagens de câmeras de videomonitoramento para identificar os responsáveis.
Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
Foliões questionam falta de segurança
Entre as principais críticas de quem estava no local está a sensação de desamparo e falta de organização. A população foi para uma festa com a promessa de segurança e, por pouco, não presenciou um massacre.
A reportagem do Jornal da Tribuna 1ª Edição solicitou novos esclarecimentos à Prefeitura de Olinda e ao Governo do Estado sobre as falhas de segurança, além de questionar quais medidas de apoio estão sendo oferecidas às vítimas e suas famílias — em especial, à turista de São Paulo, que não possui parentes na cidade.
A SDS informou que vai se pronunciar em coletiva a partir das 16h30 desta tarde.
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