Sport empata com Santa Cruz nos acréscimos e leva a decisão para a Arena PE
Apagão no estádio e acordo não cumprido com a torcida também marcam o clássico
Com 35.601 torcedores presentes no estádio do Arruda - o maior público do campeonato - o Santa Cruz empatou em 1 a 1 com Sport no primeiro jogo das semifinais do Pernambucano.
O resultado do Clássico dos Clássicos manteve a invencibilidade do time tricolor santacruzense no estadual e o clube chegou a sete partidas sem perder. Mas o placar favoreceu ao Sport, que decide na sua segunda casa, a Arena.
O primeiro gol saiu dos pés do jogador tricolor Lucas Siqueira, camisa 8, aos 44 minutos do primeiro tempo. O estádio quase veio abaixo. Sem a presença da torcida rival, virou um caldeirão contra os rubro-negros. Mas o Leão não sucumbiu. Empatou a partida aos 45 minutos do segundo tempo, balançando as redes com Felipinho, de falta.
Drama no final de cada tempo
Não faltou drama no final dos dois tempos do clássico. O Santa não conseguiu derrotar o líder do certame estadual e da Copa do Nordeste, mas não conseguiu dar um susto num time muito superior em termos financeiros e técnicos.
Sob o comando do técnico Itamar Schülle, conhecido carinhosamente como Tio Chico pelos corais, o Santa Cruz jogou mais leve, após ter garantido a classificação para a Série D de 2025 na partida contra o Central, no final de semana passada.
O elenco da Cobra Coral apareceu em campo mais organizado e focado. Mas ficou na retranca no segundo tempo e por pouco não perdeu por um placar mais elástico.
Ao ser indagado qual era o tamanho do gol que tinha feito por um jornalista da Globo, o tricolor Lucas Lima manteve os pés no chão.
“(O gol) foi importante para nós, num clássico gigante, é a primeira etapa. Ainda temos mais três tempos. Precisamos vencer essa partida e levar a vantagem para o outro jogo”, disse Lucas, no intervalo do jogo, antes de saber que o time empataria.
Com o resultado do Clássico das Multidões, o Tricolor do Arruda ainda precisa superar o Sport no próximo final de semana para chegar à final e assegurar uma vaga na Copa do Brasil. O clube leonino tem a mesma missão.
Contudo, o desafio é maior se o Santa quiser conquistar um espaço na Copa do Nordeste de 2025. O clube já está garantido para a fase preliminar do campeonato regional, porém, para conquistar a fase de grupos, precisa ser Campeão de Pernambuco.
A cautela inquieta de Soso
Neste sábado, o Leão entrou em campo mais cauteloso, especialmente no primeiro tempo. E o motivo parecia claro: na próxima quarta-feira (13), o time da Ilha vai enfrentar o Murici, de Alagoas, pela Copa do Brasil e a disputa vale R$ 2,2 milhões de premiação.
Mas a razão milionária não foi suficiente para manter os leoninos na retranca. Canja de galinha não faz mal a ninguém, mas ninguém o escolhe como prato preferido. O técnico Mariano Soso sabe disso.
Quando o Leão estava perdendo, o técnico rubro-negro ficou bastante inquieto fora das quatro linhas. Ele fez alterações no elenco e o Sport empatou o Clássico dos Clássicos, com o jogador Pedro Lima expulso.
O apagar das luzes
Aos 19 minutos do segundo tempo, as luzes do Arruda se apagaram. O estádio só não ficou no escuro porque os torcedores ligaram as lanternas dos celulares e aproveitaram o episódio para cantar hinos do clube.
Dentro de campo, no entanto, houve uma tensão entre os jogadores, que não foi possível visualizar claramente. Pouco depois, os treinadores se reuniram com seus elencos.
Com o apagão, o cronômetro do jogo foi parado. Um eletricista identificou que houve uma alta tensão elétrica que desligou o disjuntor. Ele foi religado rapidamente, porém demorou 26 minutos para os refletores serem totalmente ligados.
Acordo não cumprido
No jogo passado, contra o Central, a torcida tricolor sofreu em virtude do forte calor no estádio e solicitou a distribuição de água nas arquibancadas. A diretoria concordou com o pedido dos e se comprometeu a dar copos de água aos torcedores na peleja contra o Sport, mas o acordo não se cumpriu.
O papel de protagonista
O futebol por pouco não perde o papel de protagonista neste sábado à tarde. Antes do jogo, alguns torcedores subiram em tetos de ônibus e voltaram a andar em grandes bandos, assustando as pessoas por onde passavam.
No bairro da Torre, por exemplo, ao fazer coro de “uh, vai morrer, uh, vai morrer”, torcedores foram acuados por carros da polícia, que acompanharam de perto as caminhadas. Neste domingo, o Náutico e Retrô também se enfrentam por uma vaga na final do pernambucano.
Ficha do jogo
Santa Cruz
William; Toty (Wellisson), Paulo César, Ítalo Melo e João Victor (Juan Tavares); Caio Mello, Lucas Siqueira e João Pedro (Matheus Melo); Thiaguinho, João Diogo (Henrique Lordelo) e Pedro Bortoluzo (Gilvan). Técnico: Itamar Schülle.
Sport
Caíque França; Pedro Lima, Alisson Cassiano (Titi Ortiz), Luciano Castán e Felipinho; Felipe, Lucas Lima (Fábio Matheus) e Alan Ruiz; Fabricio Domínguez (Barletta), Romarinho (Rosales) e Gustavo Coutinho (Zé Roberto). Técnico: Mariano Soso.
Local: Estádio do Arruda (Recife/PE)Árbitro: Diego Fernando Silva de LimaAssistentes: Clovis Amaral da Silva e Fernando Antonio da Silva JuniorVAR: José WoshingtonGols: Lucas Siqueira, aos 44’ do 1T (STA); Felipinho, aos 45’ 2T (SPT)
Cartões amarelos: João Diogo, Caio Mello, Matheus Melo (STA); Pedro Lima, Mariano Soso, Romarinho, Lucas Lima (SPT)
Cartão vermelho: Pedro Lima (SPT)
Público: 35.601 torcedores
Renda: R$ 862.675,00
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