X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Esporte Pernambuco

Secretário culpa relatório ‘genérico’ e expõe colapso da segurança em clássico

Coletiva concedida na SDS pelo secretário aprofunda tensão na segurança pública, com inteligência ignorada, clubes coniventes e torcedores reféns


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Secretário culpa relatório ‘genérico’ e expõe colapso da segurança em clássico
|  Foto: Reprodução da TV Tribuna/Band

Em coletiva concedida nesta segunda-feira (3), o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, afirmou que o relatório de inteligência da polícia sobre os riscos de confrontos entre torcidas organizadas do Sport e Santa Cruz antes do Clássico das Multidões era "genérico".

Ele falou sobre o assunto ao ser indagado por qual motivo não houve uma atitude da SDS diante do documento produzido pela Inteligência da Polícia Civil. O tema veio à tona após um sábado tomado por cenas de terror e violência produzidas pelas torcidas organazidas do Sport e do Santa Cruz, que tinham confrontos marcados.

RISCO DE VINGANÇA NAS PRÓXIMAS PARTIDAS

Segundo Carvalho, a análise de risco apontava que os ânimos estavam exaltados e que poderiam ocorrer confrontos, mas sem precisar localizações exatas.

"Nesse documento havia o registro de que os ânimos estavam exaltados para um confronto, mas ele dizia que o confronto poderia ocorrer em qualquer um dos seis terminais integrados, em qualquer estação do metrô, em qualquer uma das grandes avenidas que levavam ao estádio. Então, era um documento genérico", afirmou.

Em meio ao jogo de empurra de responsabilidades sobre as cenas de violência que tomaram conta do Grande Recife no último sábado (1º), ele defendeu que a segurança nos estádios precisa envolver também os clubes e a Federação Pernambucana de Futebol. Já a FPF diz que impedir a torcida de ir aos clubes durante cinco jogos é o mesmo que assumir que a segurança está falida.

Carvalho, por sua vez, justificou a proibição de público nos próximos cinco jogos dos clubes envolvidos, apontando a possibilidade de vingança por parte da torcida do Sport. "A avaliação que a Segurança Pública fez é que a possibilidade de uma tentativa de vingança pela outra torcida era praticamente certa, e nós teríamos novas cenas, possivelmente, nas ruas", explicou.

Ele ressaltou que a medida também visa dar tempo para uma reunião entre SDS, polícias Militar e Civil, Bombeiros, a Federação Pernambucana de Futebol e os clubes, agendada para esta segunda-feira (3), para discutir soluções estruturais.

ATÉ FILAS SAO ORGANIZADAS PELA PM, DIZ ALESSANDRO CARVALHO

O secretário cobrou ainda uma maior participação dos clubes e da federação na segurança das partidas, citando a necessidade de bilheteria digital e identificação biométrica dos torcedores.

"Hoje, em shows, você abre um aplicativo, preenche seus dados, tira uma foto do seu rosto e tem a certeza de quem está dentro do evento. Isso impede a entrada de pessoas procuradas e facilita a identificação de envolvidos em atos violentos", argumentou.

De acordo com Alessandro Carvalho, até as filas nos clubes quem organiza é a Polícia Militar, o que deveria ser um dever deles. "Eles não têm segurança privada nem para organizar uma fila. Quem tem que organizar é a Polícia Militar, com choque, com o regimento que fica, a polícia montada, que é a obrigação do clube. E esse tempo (de cinco partidas sem torcida) é para que o clube cumpra a sua obrigação".

SELVAGERIA SEM EXPLICAÇÃO E CONIVÊNCIA

O colapso da segurança pública estadual ficou evidente nas cenas de selvageria registradas no fim de semana, que incluíram agressões brutais, vandalismo e um caso de estupro contra um torcedor. Apesar do efetivo de 680 policiais destacados inicialmente para o evento, a polícia precisou deslocar viaturas de outras áreas da Região Metropolitana, mobilizando mais de mil agentes no total.

Mas as falhas não se limitaram ao poder público. A direção do Santa Cruz também teve participação questionável nos eventos que culminaram no caos. O clube realizou doação de dinheiro para a Inferno Coral, torcida organizada com histórico de violência.

Além disso, mesmo depois dos confrontos violentos da manhã, a torcida não foi impedida de estender faixas no estádio. O jogador Douglas Skilo, autor do gol da vitória por 1 a 0, correu para festejar com a Inferno Coral, reforçando a conivência dos jogadores com grupos que protagonizam cenas de violência fora do estádio.

A Federação Pernambucana de Futebol (FPF) também teve uma postura omissa. O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto, pediu a suspensão do jogo, mas a FPF ignorou a solicitação e manteve a partida, apesar da gravidade dos episódios de violência registrados.

AUSÊNCIA DE ESTUDO PROFUNDOS SOBRE ORGANIZADAS

Ano após ano, as três principais torcidas organizadas de Pernambuco protagonizam cenas de guerra nas ruas da Região Metropolitana do Recife sem solução. Não há estudos aprofundados sobre as ditas gangues organizadas, mesmo diante da violência recorrente.

Não se produz levantamentos detalhados sobre o perfil dos jovens envolvidos, os bairros onde atuam, suas frustrações e o que alimenta essa rivalidade extrema.

A ausência de um diagnóstico aprofundado impede a formulação de políticas públicas eficazes para combater esse fenômeno que se arrasta há anos. Inclusive, políticas públicas que também cabem às prefeituras municipais.

A declaração de Carvalho sobre o documento genério de uma parte decisiva da policia, a inteligência, ocorre em meio às críticas sobre a resposta da segurança pública diante da violência que tomou conta da cidade.

DEPOIS DA GUERRA, 13 PRISÕES

De todos os envolvidos nos confrontos, o Tribunal de Justiça de Pernambuco converteu em prisão preventiva apenas para 13 pessoas presas em flagrante. Enquanto isso, a diretoria do Sport já informou que vai entrar com medida de segurança para garantir a presença do torcedor no jogo de amanhã contra o Fortaleza, o que ainda é um risco diante do clima acirrado existente no estado.

Ainda nesta segunda-feira, os clubes divulgaram uma nota na qual pedem que a governadora reveja a decisão de proibir torcida em cinco jogos do Santa Cruz e do Sport. Alegam que todas as cenas de violência foram fora do estádio. 

*Veja o Jornal da Tribuna 1ª Edição, onde Artur Tigre e Rebramdt Júnior fazem análise das cenas do clássico*


Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: