Depois de apresentar proposta final da Saf, investidores visitam estádio do Santa
O Santinha deu mais um passo decisivo rumo à sua transformação em Sociedade Anônima do Futebol
Escute essa reportagem

Enquanto a papelada está se organizando, o estádio do Arruda já começou a trabalhar seu charme para os novos investidores.
Neste domingo (8), Vinícius Diniz, Marcus Bittar, Iran Barbosa, Fernando Vieira, Ale Kubitschek e André Beraldo pisaram no gramado do clube santacruzense sob olhares atentos dos presidentes Bruno Rodrigues (Executivo), Victor Tavares (Deliberativo) e Adriano Lucena (Patrimonial).
A visita não foi mera formalidade. Entre os degraus das arquibancadas e pilares que contam décadas de amor da torcida ao clube, o grupo sentiu o peso daquela que pode ser sua mais ousada aquisição: não um clube, mas um pedaço da alma pernambucana.
O que diz a proposta
Embora os detalhes permaneçam sob sigilo, a nota oficial do clube destaca três pilares:
Transparência: Processo aberto aos conselhos
Modernidade: SAF com governança profissional
Respeito à tradição: Projeto que "honra a grandeza coral"
O Santa Cruz deu mais um passo decisivo rumo à sua transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Na última sexta-feira (6), a presidência do clube encaminhou aos conselhos Deliberativo e Fiscal a proposta vinculante final dos investidores, assinada e com todas as condições para a constituição da nova empresa. O documento, que será entregue fisicamente nesta segunda-feira (9), marca o início da fase final de negociações.
Cenário complexo, mas de esperança
O acordo surge depois de turbulências. Em maio, a saída do empresário Márcio Cadar do grupo, apelidado de "painho" pelos torcedores, expôs rusgas internas, com bastidores de "deslumbre, tretas e contatos bloqueados" durante as negociações.
A diretoria e os investidores garantiram ser águas passadas. Resta saber se a atual formação, que inclui nomes como o ex-jogador Fernando Vieira, conseguirá harmonizar planos ambiciosos com as demandas de uma torcida que há 20 anos espera por dias melhores.
O Santa voltou à Série D em 2021, pela segunda vez, depois de a diretoria da época prometer que isso jamais aconteceria.
O Tricolor do Arruda disputou a Série D pela primeira vez em 2008, depois de cair dramaticamente da Série C, entrando numa fase que parecia não ter fim.
Nos bastidores, na época, disseram que a divisão D havia sido criada especificamente para abrigar o time, cuja torcida mostrava ser (e ainda é) uma das mais apaixonadas do Brasil.
A SAF foi uma lufada de esperança de uma torcida que aprendeu, ao longo dos anos, a levar tijolos para o Arruda, literalmente, a se reconhecer e se pertencer nas arquibancadas e em viagens históricas, sem o mesmo sucesso nos gramados. Foi comparada à poeira, à uma igreja e até a um boi.
Um torcedor, muito emocionado, já chegou a comparar o Santinha, como é chamado carinhosamente, a um boi no curral, cuja força poderia derrubar a cerca, mas era desconhecida. Por isso, agora, essa mesma torcida espera, mais do que nunca, receber em troca o mesmo compromisso.
Próximos passos:
Análise detalhada pelos conselhos até 15/06
Assembleia geral para votação final
Previsão de homologação em julho
"Avante, Santa Cruz!" – o grito de guerra da nota oficial é divulgado como um mantra para um clube que tenta, mais uma vez, renascer das cinzas.
Contatos:
Comentários