Pernambuco avança em saneamento, mas quase 50% da população ainda está sem rede
Apesar de avanços, estado tem um longo caminho a percorrer no saneamento básico
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Quase metade dos pernambucanos não têm acesso à rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede de esgotamento sanitário (47,73%). Contudo, 52,27% dos moradores de Pernambuco têm acesso ao saneamento, o equivalente a 4,7 milhões de pessoas Os dados foram revelados pelo IBGE e dizem respeito ao censo realizado em 2022.
Embora a falta de saneamento esteja ligada diretamente à pobreza e à desigualdade socioeconômica, atingindo as pessoas mais pobres em suas casas e comunidades, houve um avanço em relação ao Censo realizado em 2010, um aumento de 10%.
Naquela época, apenas 41,82% da população pernambucana tinha direito ao esgotamento sanitário. O resultado ainda deixa Pernambuco numa posição confortável no Nordeste, com o segundo melhor percentual, atrás apenas de Sergipe (53,63%).
No entanto, os números são inferiores à média nacional, que alcançou 62,51%.Nacionalmente, em termos de saneamento, Pernambuco ostenta o 10º lugar.
Os dados mostram uma surpresa. O município de Santa Cruz do Capibaribe, um dos principais no pólo têxtil do Estado, tem 88,94% dos moradores atendidos pela rede geral de esgotamento sanitário. Isso revela o maior percentual entre os municípios do estado, em contraste com São José da Coroa Grande, cuja porcentagem foi de 1,04%, a menor da pesquisa.
A falta de saneamento favorece ao aumento de doenças e de pragas
É importante lembrar que, em áreas sem acesso adequado a saneamento básico, as condições de vida muitas vezes são precárias, com habitações improvisadas, falta de infraestrutura de esgoto e água potável. Isso pode levar a uma maior exposição das pessoas a vetores de doenças, como mosquitos e roedores, que prosperam em ambientes insalubres.
A falta de saneamento básico dificulta os esforços de controle e prevenção de doenças transmitidas por vetores, uma vez que medidas como a eliminação de criadouros de mosquitos e o tratamento de água são fundamentais para reduzir a transmissão dessas doenças.
Fossa rudimentar
Em segundo lugar, depois da rede geral de esgoto, a forma mais comum de esgotamento sanitário em Pernambuco é a fossa rudimentar ou buraco, utilizada por cerca de 24% das pessoas.
Em seguida, vem a fossa séptica ou filtro, que não está conectada à rede, sendo escolhida por aproximadamente 13% da população. Essas são opções individuais que ainda são consideradas aceitáveis de acordo com as diretrizes do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).
Além dessas, outras maneiras de lidar com o esgoto foram identificadas no levantamento. Cerca de 4% das pessoas usam valas, enquanto aproximadamente 4% despejam o esgoto em rios, lagos, córregos ou no mar.
Existem também outras formas menos comuns, representando cerca de 2% da população. Surpreendentemente, mais de 1% dos pernambucanos não têm acesso a banheiros ou sanitários.
Banheiros e sanitários
O Censo 2022 também investigou a existência de banheiros e sanitários nos domicílios. No estado, 96,88% dos aproximadamente 9 milhões de moradores do estado viviam em domicílios com ao menos um banheiro de uso exclusivo, incluindo chuveiro e vaso sanitário, contra 89,33% registrados no Censo 2010.
Dos pernambucanos que viviam em lares com banheiro em 2022, 68,81% deles tinham um banheiro disponível, 21,3% moravam em residências com dois, 4,69% com três e 2,07% com quatro banheiros ou mais.
Pernambucanos sem banheiros
Por outro lado, 1,56% dos pernambucanos viviam em lares onde havia apenas sanitário ou buraco para dejeções, inclusive os localizados no terreno, contra 5,23% em 2010 e 1,07% dos habitantes do estado, o equivalente a 96.279 pessoas, viviam em lares sem banheiro nem sanitário.
Em 2010, eram 5,43% da população. Além disso, 0,49% dos moradores do estado usavam banheiro comum a mais de um domicílio, categoria incluída no Censo 2022.
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