Família reconhece corpo de comandante desaparecido no naufrágio do navio Concórdia
A Auditoria Fiscal do Trabalho diz que suspeita de sobrecarga do navio será investigada, bem como outras embarcações que operam no mesmo trajeto
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O corpo de Edriano Gomes de Miranda, de 48 anos, comandante do navio de carga Concórdia, foi oficialmente reconhecido por sua família nesta quinta-feira (19) no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. Edriano era o último dos cinco tripulantes desaparecidos no naufrágio ocorrido no sábado (14), na praia de Ponta de Pedras, durante o trajeto entre o Recife e Fernando de Noronha.
Bruna Silva, esposa de Edriano, esteve no IML para realizar o reconhecimento do corpo. Em meio à profunda dor, ela relatou seus sentimentos. "Agradeço primeiramente a Deus por ter encontrado o corpo", afirmou Bruna em coletiva à imprensa. Estava emocionada ao falar sobre o momento difícil.
A perda tem sido devastadora para a família, especialmente para os filhos de Edriano, incluindo o mais novo, de apenas dois anos.
"É uma dor que eu não sei nem explicar. Meu filho olha para mim, chama pelo pai, e eu não tenho uma resposta", desabafou Bruna, visivelmente abalada. Segundo ela, o enterro do marido será em Natal, no Rio Grande do Norte.
Edriano era o último dos nove tripulantes do Concórdia a ser localizado. No naufrágio, quatro pessoas foram resgatadas com vida por um navio rebocador, mas cinco não resistiram. O corpo do comandante foi encontrado nas proximidades do local do naufrágio.
A Marinha do Brasil informou que mergulhadores do Corpo de Bombeiros realizaram inspeções no casco da embarcação, localizada a 24 metros de profundidade, para verificar possíveis danos ao meio ambiente. Até o momento, não foram encontrados sinais de poluição nas águas. As causas do naufrágio seguem sob investigação.
A instituição também se solidarizou com os familiares dos cinco tripulantes que vieram a óbito neste acidente. (Veja nota abaixo)
Auditoria Fiscal do Trabalho investiga acidente com o navio Concórdia
A Auditoria Fiscal do Trabalho iniciou a análise do acidente envolvendo o navio Concórdia, durante uma viagem entre o Porto do Recife e Fernando de Noronha, transportando alimentos e outros materiais.
Uma ordem de serviço foi emitida para a investigação do acidente, e a coleta de informações já está em andamento. O empregador responsável pelos tripulantes será notificado para apresentar documentos referentes ao registro dos trabalhadores, além de dados sobre as condições de segurança e saúde a bordo.
“Há pouco, acabei de saber que o corpo do último desaparecido foi resgatado de dentro da embarcação. Diante desta notícia, irei agendar com a empresa uma data para recebimento da notificação (e também realização das entrevistas com os sobreviventes”, disse, nesta sexta-feira (20), o auditor fiscal Igor Guimarães.
Segundo ele, tanto os tripulantes sobreviventes serão entrevistados, como os responsáveis pela empresa proprietária da embarcação. Após a análise detalhada dos documentos e depoimentos, a Auditoria poderá lavrar autos de infração caso sejam identificadas irregularidades.
Além disso, a fiscalização não se limitará ao Concórdia. Outras embarcações que operam no trajeto Recife-Fernando de Noronha serão alvo de fiscalizações contínuas, visando garantir a segurança dos trabalhadores.
Após investigação, documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo
A Marinha do Brasil confirmou a identificação do corpo do último tripulante desaparecido no naufrágio do navio de carga Concórdia, localizado na tarde de ontem (19). O acidente, que resultou na morte de cinco tripulantes, mobilizou diversas instituições na operação de busca e salvamento. A Marinha manifestou solidariedade aos familiares das vítimas.
As buscas duraram cinco dias e contaram com a participação conjunta da Marinha, Força Aérea Brasileira, Corpo de Bombeiros de Pernambuco, Polícias Civil e Militar do estado, Instituto Médico Legal, além de apoio da comunidade marítima local e diversas instituições de Pernambuco e Paraíba. A operação foi coordenada pelo SALVAMAR Nordeste.
Com o encerramento das buscas, a Marinha instaurou um Inquérito Administrativo para apurar as causas e circunstâncias do acidente. Após a conclusão do procedimento, “os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo para que sejam tomadas as medidas legais cabíveis”, informou a instituição.
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