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Cidades

Ecologia Integral: Dom Paulo Jackson fala sobre a Campanha da Fraternidade 2025

O arcebispo também abordou a conexão entre a ecologia e as desigualdades sociais


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Imagem ilustrativa da imagem Ecologia Integral: Dom Paulo Jackson fala sobre a Campanha da Fraternidade 2025
A "Ecologia Integral", de acordo com Dom Paulo, também envolve refletir sobre os hábitos de consumo e os impactos ambientais das escolhas cotidianas |  Foto: Reprodução da TV Tribuna/Band

A Campanha da Fraternidade 2025, anunciada em Pernambuco pela Arquidiocese de Olinda e Recife, tem como tema "Ecologia Integral", convidando os fiéis a refletirem sobre a relação entre o ser humano, a natureza e as questões sociais que afetam o planeta.

A campanha deste ano visa ampliar a visão ecológica, abordando não apenas a preservação ambiental, mas também as implicações sociais, econômicas e culturais que envolvem o cuidado com a casa comum.

O lançamento ocorreu na Ilha de Deus, durante esta Quarta-feira de Cinzas, com uma programação que incluiu palestras, apresentações culturais e a Santa Missa, marcando o início da Quaresma.

Em entrevista a repórter Luciana Queiroz, no Jornal da Tribuna 1ª Edição, Dom Paulo Jackson, arcebispo de Olinda e Recife, explicou o conceito de "Ecologia Integral".

"Ecologia Integral não é apenas a preservação da fauna ou flora. Ela nos chama a uma reflexão mais profunda sobre como o ser humano se insere dentro da criação, como cuida do meio ambiente e de como a degradação ambiental impacta principalmente os mais pobres", afirmou Dom Paulo.

O arcebispo também destacou a importância do exemplo de São Francisco de Assis. "São Francisco nos ensina a olhar para o mundo natural com reverência, reconhecendo que tudo foi criado por Deus e que cabe a nós, seres humanos, ser os guardiões dessa criação", disse Dom Paulo.

A "Ecologia Integral", de acordo com Dom Paulo, também envolve refletir sobre os hábitos de consumo e os impactos ambientais das escolhas cotidianas.

"Nós estamos sendo chamados a examinar o que compramos, como consumimos, o que fazemos com os resíduos que geramos e como o lixo é tratado. É preciso repensar o consumo desenfreado e as quinquilharias que acumulamos em nossas casas", declarou.

O arcebispo também abordou a conexão entre a ecologia e as desigualdades sociais. "A degradação ambiental não afeta todos de maneira igual. Os desastres naturais, como enchentes no Rio Grande do Sul ou incêndios no Pantanal, atingem com maior intensidade os mais pobres, que já vivem em condições precárias. O impacto das mudanças climáticas e do aquecimento global é mais sentido por aqueles que menos contribuem para o problema, mas são os mais vulneráveis", destacou.

A campanha deste ano busca não só promover uma consciência ecológica, mas também incentivar a justiça social. "A ecologia integral envolve pensar também nas problemáticas sociais e nas crises humanitárias, como as que afetam os migrantes e refugiados, que muitas vezes são forçados a sair de suas terras por causa de desastres ambientais", afirmou o arcebispo.

Dom Paulo também enfatizou a importância das ações concretas nas paróquias e comunidades durante a Quaresma. A Arquidiocese de Olinda e Recife já iniciou atividades como palestras, encontros de formação e mobilizações, com o objetivo de estimular os fiéis a refletirem e agirem de forma mais consciente e sustentável.

A programação da Campanha da Fraternidade 2025 seguirá até o fim da Quaresma, com diversas iniciativas que buscam promover a educação ambiental, o cuidado com a criação e o fortalecimento de uma sociedade mais justa e solidária.

Ao concluir a entrevista, Dom Paulo fez um apelo aos fiéis: "A Quaresma é um tempo propício para refletir sobre nossas ações e compromissos. O cuidado com o meio ambiente e com as questões sociais precisa ser uma prioridade para todos nós. Que, neste tempo, possamos nos engajar na construção de um mundo mais sustentável e justo, para o bem de todos".

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