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Cidades

Chacina de Tabatinga: um ano de luto e busca por Justiça em Camaragibe

Doze policiais denunciados, cinco presos, mas as famílias das vítimas ainda aguardam reparação e respostas do poder público


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Dona Izelma Carias da Silva, mãe de Ana Letícia, vive em lágrimas. Sua filha levou um tiro na cabeça, passou mais de um mês em coma no IMIP, deu à luz a Ana Vitória e faleceu |  Foto: Imagem de reprodução da TV Tribuna PE

A chacina de Tabatinga, em Camaragibe, completa um ano neste sábado. Doze policiais foram denunciados pelo Ministério Público, cinco estão presos, e uma mãe que perdeu a filha, que viu um filho ser torturado, ainda não foi indenizada. Os sobreviventes continuam sem respostas do poder público. No bairro onde tudo começou, o clima ainda é de luto e tristeza.

Dona Izelma Carias da Silva, mãe de Ana Letícia, vive em lágrimas. Sua filha levou um tiro na cabeça, passou mais de um mês em coma no IMIP, deu à luz a Ana Vitória e faleceu. Seu outro filho foi torturado, enquanto um primo de Ana Letícia, menor de idade, também foi baleado.

“Minha filha estava dentro de casa, não tinha nada a ver com a história. Poderia ter sido evitado, mas, infelizmente, aconteceu, e ela virou mais uma vítima. É um ano de saudade. Ela sempre me abraçava, me amava, e não tem como voltar”, disse a mãe, chorando muito, em entrevista à TV Tribuna/Band.

Como tudo começou

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Segundo o Ministério Público, seis pessoas da mesma família morreram quando 12 policiais buscaram vingar a morte de outros dois policiais |  Foto: Imagem de reprodução da TV Tribuna PE

A tragédia teve início quando o caminhoneiro Alex da Silva estava atirando numa mata, perto da Rua Dias Martins. Moradores chamaram a polícia, alegando que ele disparava tiros durante uma festa. Alex, armado com uma pistola 9 mm com mira a laser, foi abordado por dois policiais, mas se recusou a se render e fugiu.

Na fuga, ele invadiu a casa de Ana Letícia, que estava grávida, e a fez de escudo humano. Os policiais Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e Rodolfo José da Silva, de 38 anos, seguiram Alex, mas foram baleados e mortos dentro da residência. Ana Letícia também foi atingida no olho, e, segundo o inquérito, o disparo partiu da arma de Alex.

Após a morte dos policiais, outros crimes ocorreram em busca de vingança. O irmão de Ana Letícia, que a socorreu junto com o pai, foi pego por policiais dentro do hospital, levado para uma viatura e torturado. Ele recebeu choques e foi espancado para revelar informações sobre Alex. O primo dela também foi baleado enquanto os policiais procuravam pelo caminhoneiro.

Na sequência de crimes cometidos pelos policiais, os irmãos de Alex – Ágata Ayanne da Silva, de 30 anos, Amerson Juliano da Silva e Apuynã Lucas da Silva, ambos de 25 – foram assassinados. Pouco depois, sua mãe, Maria José Pereira da Silva, e sua esposa, Maria Nathalia Campelo do Nascimento, também foram mortas. Por fim, o próprio Alex foi encontrado e morto.

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A advogada Aline Maciel, que representa a família de Ana Letícia, lamenta que, um ano após a chacina, a família ainda não tenha sido indenizada |  Foto: Imagem de reprodução da TV Tribuna PE

Busca por Justiça

A advogada Aline Maciel, que representa a família de Ana Letícia, lamenta que, um ano após a chacina, a família ainda não tenha sido indenizada.

“O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, mas ainda aguardamos que o promotor de Camaragibe ofereça a denúncia ou arquive o processo”, explicou. Segundo ela, a dificuldade está na falta de individualização da conduta dos policiais que atiraram no primo de Ana Letícia e torturaram seu irmão.

Mesmo que o tiro que matou Ana Letícia tenha partido de Alex, a advogada afirma que isso não exime o Estado de responsabilidade. "A responsabilidade do Estado é objetiva, pela negligência, imprudência ou imperícia dos seus agentes, que, no caso, eram os policiais."

Aline Maciel também destaca que, se os policiais tivessem recebido treinamento adequado para lidar com reféns, talvez estivessem vivos. "Eles entraram em uma situação onde havia uma civil grávida e duas crianças, assumindo o risco de matar ou morrer."

Apelo por reparação

A família de Ana Letícia aguarda a decisão da promotoria para dar início ao processo cível de indenização. “Houve outros casos em que o Estado agiu mais rapidamente, sem necessidade de um longo processo judicial”, lembra Aline, citando o exemplo de um homem que perdeu a visão após ser atingido por uma bala de borracha e foi indenizado diretamente pelo governo anterior.

A advogada também criticou a falta de empatia da governadora Raquel Lyra, que, como mulher e mãe, poderia ter se solidarizado com as famílias das vítimas. "Infelizmente, teremos que travar uma longa batalha judicial para garantir um direito que todos sabem que existe", concluiu.

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