Para 85,7%, pandemia não é alvará de soltura
Levantamento nacional realizado pelo instituto Paraná Pesquisa para esta coluna e o site Diário do Poder mostra que 85,7% dos brasileiros são absolutamente contrários à liberação de presos ou afrouxamento de detenção a pretexto da pandemia de coronavírus. Apoiam a medida apenas 8,6% do total. Não opinaram 5,6%.
Milhares foram soltos sob “temor” de contaminação de covid, por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle do Poder Judiciário.
Bandidos na rua
Mais de cinco mil presos foram soltos somente em São Paulo, no ano passado. As estimativas do total no País chegam a 15 mil casos.
Farra generalizada
A libertação em massa de presos beneficiou até bandidos de alta periculosidade, incluindo chefes do crime organizado nas prisões.
Falsa doença
Em São Paulo, chefe do PCC fugiu após ser solto alegando “asma”. Só depois descobriram que ele nunca havia pedido remédios para a doença.
Ficha técnica
O Paraná Pesquisas entrevistou 2026 brasileiros em 194 municípios dos 26 estados e no Distrito Federal, entre os dias 8 e 12 de fevereiro.
Campanha e Carnaval expõem hipocrisia política
A hipocrisia foi o tom adotado por dezenas de prefeitos e governadores para cancelar os pontos facultativos e ameaçar prender, multar e acusar de “crime contra a saúde pública” quem ousar se reunir no Carnaval.
Isso porque quem agora ordena que todos fiquem em casa, são os mesmos que estimularam aglomeração em todos os municípios do País durante a campanha eleitoral, com comícios, carreatas e as caminhadas bianuais.
Mantenham distância
A situação ainda é grave e a aglomeração não é recomendada, não tenha dúvida, mas a desfaçatez dos políticos impressiona cada vez mais.
Vistas grossas
O governador João Doria, que hoje ameaça prender organizadores de festas em São Paulo, nada falou dos comícios do prefeito Bruno Covas.
Super contagiosa
Como medidas semelhantes foram adotadas por políticos de todos os partidos, a hipocrisia se mostrou mais contagiosa que a própria Covid.
Um tucano para 2022
A trapalhada de João Doria fez o PSDB demonstrar que o governador de São Paulo está longe de ser o preferido dos tucanos para disputar a presidência da República. E fez o partido olhar para dentro, à procura de alternativa competitiva. Encontrou o governador gaúcho Eduardo Leite.
Soldado disciplinado
Hamilton Mourão é um soldado cuja disciplina deveria ser reconhecida por Bolsonaro. Hostilizado pelos filhos do Presidente, xingado nas redes sociais e chamado de “palpiteiro”, disciplinadamente não reage. Ele sabe que responder no mesmo tom provocaria uma crise sem volta. E grave.
Prato servido frio
Fiel ao princípio de que vingança é prato que se come frio, o “PSDB raiz”
finalmente deu o troco em João Doria, que em 2018 deixou Geraldo Alckmin pendurado na broxa para faturar votos no “Bolsodoria”.
CPI no telhado
O Planalto avalia que o ministro Eduardo Pazzuelo (Saúde) no mínimo “plantou a dúvida” entre os que tinham certeza de que ele foi negligente no Amazonas. Por nisso acha que o pedido de CPI subiu no telhado.
“Crise” era fake news
O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) recebeu o embaixador da Índia para uma conversa e trataram, em tom completamente amistoso, entre outros assuntos, de clima, COP26 e até do Acordo de Paris.
Vale-tudo por vacinas
Acionista majoritário da Ericsson, gigante sueca que deseja emplacar sua tecnologia 5G no Brasil, Marcos Wallemberg prometeu se empenhar pessoalmente para que o laboratório AstraZeneca, do qual também é o maior sócio, aumente o envio de vacinas para o Brasil.
Memória do progresso
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, lembrou, em cerimônia na Bahia, que uma das primeiras obras do governo foi entregue há 2 anos lá, onde, até agora, mais de 400km já foram pavimentados ou restaurados.
Depois do Carnaval
Com o contrato de 1.419 profissionais de saúde expirando no dia 28, o TCU deu cinco dias úteis para que o Ministério da Saúde informe as medidas adotadas para manter os leitos em hospitais federais no Rio.
Pergunta em Brasília
Se não vai ter Carnaval, por que os parlamentares estão de folga?
Poder sem pudor
Presidência como meta
Em 1950, um grupo conversava na casa da escritora Maria de Lourdes Lebert, em São Paulo, quando entrou uma linda jovem, olhos de gata, sem cumprimentar ninguém. Foi interceptada por um galanteador: “Você chega e não fala com ninguém. É só porque é bonita?”
Ela respondeu: “Não o conheço, quem é você?” O galanteador avisou: “Sou o futuro presidente da República...” A moça devolveu: “...e eu sou Joana D'Arc, já ouviu falar nela?” A jovem era a modelo Nair, que depois se casaria com o tapeceiro Genaro de Carvalho. O rapaz era o deputado estadual gaúcho João Goulart.