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Internacional

Venezuela fecha fronteira com Brasil em dia de posse de Maduro

Bloqueio foi realizado por militares bolivarianos entre na passagem rodoviária entre Santa Elena do Uairén e Pacaraima (RR)


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Imagem ilustrativa da imagem Venezuela fecha fronteira com Brasil em dia de posse de Maduro
O presidente venezuelano Nicolás Maduro acena para apoiadores após discurso de posse do seu terceiro mandato, em Caracas, na Venezuela, nesta sexta-feira, 10 de janeiro de 2025. Maduro assumiu seu terceiro mandato consecutivo com um discurso repleto de críticas aos Estados Unidos, defesa da soberania nacional e exaltação do projeto político chavista. A cerimônia ocorreu no Parlamento venezuelano, em meio a um rígido esquema de segurança, e contou com a presença de líderes internacionais, incluindo representantes de Cuba e do continente africano |  Foto: CRISTIAN HERNANDEZ/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O regime de Nicolás Maduro também fechou nesta sexta-feira, dia 10, a passagem da fronteira entre a Venezuela e o Brasil, enquanto o ditador tomava posse em Caracas, para seu terceiro mandato. O fechamento ocorreu enquanto Maduro e seus asseclas denunciam uma conspiração internacional da extrema-direita para derrubá-lo e "impor um presidente ao país".

O bloqueio foi realizado por militares bolivarianos entre na passagem rodoviária entre Santa Elena do Uairén e Pacaraima (RR), segundo a Polícia Militar de Roraima. Esse é o principal trecho urbano na fronteira seca entre os países, por onde circulam diariamente caminhões com mercadorias e pessoas, entre elas centenas de refugiados.

Em imagens que circulam entre policiais, é possível identificar alguns soldados da guarda venezuelana posicionados em bloqueio na estrada e cones espalhados, impedindo o trânsito de veículos. E também em uma formação de soldados de pé, em barreira, próxima às bandeiras de ambos países, no marco fronteiriço.

Mais cedo, o regime havia fechado a fronteira com a Colômbia, com o Estado de Táchira, principal entrada por terra no país. A proibição ocorreu após promessas do candidato presidencial opositor Edmundo González de retornar à Venezuela para tentar assumir no lugar do chavista. Ele, porém, estava na República Dominicana, acompanhado de ex-presidentes latino-americanos. Na véspera, opositores acusaram o regime de deter a ex-deputada María Corina Machado, principal voz de contestação ao regime, após participar de um protesto. Ela foi liberada depois de algumas horas pelo governo, segundo a oposição, mas os chavistas negam tê-la detido.

O governador de Táchira, Freddy Bernal, atribuiu o fechamento da fronteira a uma suposta conspiração internacional contra o governo, como é praxe no chavismo em momentos nos quais costuma coibir atividades opositoras.

"Temos informações de uma conspiração internacional para perturbar a paz dos venezuelanos. Vamos determinar, por instruções do presidente Nicolás Maduro, o fechamento da fronteira com a Colômbia a partir das 5h (6h em Brasília) "da manhã de hoje até as 5h da manhã de segunda-feira", disse Bernal.

Como Maduro já havia fechado a fronteira antes, em momentos de potencial instabilidade política, o Estadão questionou pela manhã a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal sobre eventual bloqueio. Mas os órgãos não reportaram o fechamento. "Observou-se uma leve redução no fluxo migratório, sem alterações significativas", disse a PF.

No entanto, o senador Hiran Gonçalves (PP-RR) afirmou que recebeu relatos e que cobrou o Ministério das Relações Exteriores para buscar a reabertura imediata, por meio de ofício.

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