Ucrânia ataca refinarias na Rússia; Putin ameaça usar armas nucleares
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A Ucrânia lançou nesta quarta-feira, 13, pelo segundo dia seguido, uma nova rodada de ataques com drones contra a Rússia, atingindo infraestrutura de energia e refinarias de petróleo em seis regiões do país. O presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista à imprensa estatal, ameaçou novamente usar armas nucleares, caso a segurança do país sob risco.
Embora a entrevista aparentemente não tenha relação com os ataques da Ucrânia, as palavras de Putin ganharam mais peso por causa deles. "Do ponto de vista técnico-militar, a Rússia está pronta para uma guerra nuclear", disse o presidente, durante entrevista à TV Rossiya-1 e à agência RIA.
Alheios ao risco, os ucranianos atingiram uma refinaria na cidade de Ryazan, a 200 quilômetros de Moscou. O ataque feriu duas pessoas e provocou um incêndio nas instalações, operadas pela gigante petrolífera Rosneft. Horas antes, outro bombardeio danificou a refinaria Norsi, da Lukoil, em Nizhny Novgorod, que também pegou fogo.
Alcance
Drones ucranianos atingiram ainda a cidade de Kirishi, nos arredores de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, a mais de 1.000 quilômetros da fronteira entre os dois países. Um quarto ataque destruiu tanques de armazenamento de petróleo em Oriol, perto da Ucrânia.
De acordo com a agência de notícias estatal russa Tass, o Ministério da Defesa da Rússia interceptou 65 drones em pelo menos seis regiões diferentes. O governador de Voronezh, Alexander Gusev, disse ontem que mais de 40 aeronaves foram destruídas na região desde a noite anterior.
A exportação de petróleo e de gás natural tem sido uma grande fonte de receita para a Rússia desde o início da guerra, sendo também alvo de sanções dos EUA e de aliados europeus. Além do impacto sobre a economia, os ataques de drones ucranianos podem afetar o suprimento de combustível para veículos militares.
Focado na eleição presidencial, que começa amanhã e termina domingo, Putin tentou demonstrar segurança e projetar poder, falando em um ambiente controlado da mídia estatal. O presidente russo disse que os ataques de drones ucranianos são parte dos esforços para atrapalhar a eleição.
Apesar de falar mais uma vez em usar "armas nucleares", desta vez ele amenizou o impacto das declarações, dizendo que os EUA, aparentemente, estavam trabalhando para evitar um conflito. "Não acho que as coisas caminhem para um confronto", disse, ao ser questionado sobre a possibilidade.
"Eles estão modernizando sua força nuclear, mas não significa que estejam prontos para uma guerra nuclear amanhã. Mas, se eles quiserem isso, o que vamos fazer? Estamos prontos", disse Putin, que negou ter cogitado o uso de armas atômicas contra a Ucrânia na guerra que já dura dois anos.
O presidente russo tem falado repetidamente sobre sua disposição de usar armas nucleares desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. A ameaça mais recente foi feita em seu discurso no Parlamento russo, no mês passado, quando ele advertiu o Ocidente de que o envolvimento direto nos combates na Ucrânia aumentaria o risco de "destruição da civilização".
Otimismo
Ontem, mais uma vez, Putin demonstrou confiança de que atingirá seus objetivos na Ucrânia, mas manteve a porta aberta para conversações, enfatizando que seu objetivo na guerra é obter garantias de segurança dos EUA para obter uma nova esfera de influência russa na Europa Oriental - uma exigência que o governo americano já considerou "inaceitável".
Kremlin demite chefe da Marinha
O Kremlin demitiu seu principal comandante naval após uma série de ataques da Ucrânia contra a frota russa no Mar Negro. O presidente Vladimir Putin, segundo a mídia estatal, exonerou o almirante Nikolai Yevmenov, que chefiava a Marinha desde 2019, e o substituiu pelo comandante da Frota do Norte, Alexander Moiseiev.
A mudança é o primeiro reflexo da estratégia e da capacidade da Ucrânia de afundar grandes navios russos no Mar Negro. Embora os ucranianos tenham começado a guerra sem uma Marinha significativa, agora eles ameaçam o domínio da Rússia na região por meio de ataques com mísseis de longo alcance e o uso inovador de drones marítimos.
Como resultado, Moscou retirou a maior parte de sua frota da Crimeia e a levou para Novorossiysk, permitindo que a Ucrânia retomasse as exportações de grãos, que voltaram aos níveis anteriores à guerra. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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