Trump nomeia bilionário parceiro de Elon Musk para chefiar a Nasa
Bilionário deve supervisionar um orçamento de US$ 25 bilhões (R$ 150,6 bilhões) da agência
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta quarta-feira (4) o bilionário Jared Isaacman para liderar a Nasa, a agência espacial americana, em seu próximo mandato.
Isaacman é CEO de uma empresa de pagamentos, a Shift4 Payments, e aliado próximo do também bilionário Elon Musk -indicado para compor o governo na chefia do novo Departamento de Eficiência Governamental.
Isaacman já participou de duas viagens espaciais por seu programa Polaris, realizado em parceria com a SpaceX, empresa de Musk. Em setembro deste ano, foi o primeiro civil a caminhar no espaço durante uma dessas missões.
"A paixão de Jared pelo espaço, a experiência como astronauta e a dedicação em expandir os limites da exploração, desvendar os mistérios do universo e promover a nova economia espacial o tornam idealmente adequado para liderar a Nasa em uma nova e ousada era", escreveu Trump no X, a rede de Musk.
O bilionário deve supervisionar um orçamento de US$ 25 bilhões (R$ 150,6 bilhões) da agência que, sob Trump, deve despender esforços no programa Artemis -que visa o retorno de humanos à Lua.
Tanto o programa Artemis quanto outras iniciativas da Nasa são intimamente relacionadas à parceria com a SpaceX. No plano de ida à Lua, é provável que seja usada a Starship, maior nave espacial do mundo, construída pela empresa de Musk. No mês passado, Trump compareceu ao sexto lançamento de teste da Starship, no Texas.
O escolhido de Trump é formado no curso de ciências em aeronáutica profissional, pela Universidade Embry-Riddle, na Flórida, e possui certificação para pilotar aviões comerciais e militares. O bilionário já fez apresentações públicas em um grupo de shows aéreos nos EUA e teve participação em uma empresa de formação de pilotos militares.
Isaacman também terá sob seu comando o braço de aeronáutica da agência, que desenvolve pesquisas relacionadas à aviação verde, além de uma unidade de ciência espacial. A divisão sofreu cortes de orçamento durante o governo de Joe Biden especialmente devido à maior atenção ao programa Artemis.
Os dois últimos nomes que estiveram à frente da Nasa eram ex-políticos. O chefe indicado no primeiro mandato de Trump, o ex-congressista de Oklahoma Jim Bridenstine, foi responsável pelo lançamento do programa Artemis -nesse contexto, persuadiu o Congresso a aumentar o orçamento da agência para financiá-lo. Biden, no mandato seguinte, nomeou o ex-senador dos EUA Bill Nelson, da Flórida, para o comando da agência.
Além do anúncio de Isaacman, Trump também apontou outros nomes que devem participar de seu governo. Na liderança do Pentágono, o republicano considera substituir o já indicado Pete Hegseth pelo governador da Flórida, Ron DeSantis, segundo a imprensa americana.
Hegseth, apresentador da Fox News, é um nome controverso indicado pelo presidente eleito, tendo sido alvo de denúncias de assédio.
Outra escolha controversa foi a de Peter Navarro, também anunciada nesta quarta, para atuar como conselheiro sênior para comércio e manufatura. Ex-assessor do Casa Branca, ele cumpriu pena de quatro meses de prisão por desacato após se negar a cooperar com a investigação feita pelo Congresso relacionada ao 6 de Janeiro, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio numa tentativa de impedir a certificação da vitória de Biden no pleito do ano anterior.
Na convenção republicana, que ocorreu em julho, horas depois de ser solto, Navarro foi ovacionado ao subir no palco e sugeriu que o presidente Joe Biden usava o Departamento de Justiça para perseguir adversários políticos. "Eu tenho uma mensagem simples esta noite: se eles podem vir atrás de mim, se eles podem ir atrás de Donald Trump, tome cuidado, eles irão atrás de você", disse na ocasião.
Também foram anunciados nesta quarta Michael Whatley como líder do Comitê Nacional Republicano, e Michael Faulkender para vice-secretário do Tesouro -ao lado de Scott Bessent, nomeado para chefia da pasta.
Trump ainda nomeou Daniel Driscoll como secretário do Exército, Adam Boehler como enviado presidencial para assuntos de reféns, Gail Slater para liderar a divisão antitruste do Departamento de Justiça, e Paul Atkins para comandar a Comissão de Valores Mobiliários -o atual presidente da agência, que cumpriria mandato até 2026, deixará o cargo antecipadamente, a partir da posse de Trump.
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