Trump defende Bolsonaro mais uma vez e pede para deixarem o ex-presidente em paz
Ofensiva de Trump ocorre em meio à pressão e expectativa de bolsonaristas para que os Estados Unidos apliquem uma sanção a Alexandre de Moraes
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma nova postagem na sua rede social Truth Social no noite desta terça-feira (8) defendendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Deixem o Grande Ex-Presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!", escreveu usando letras maiúsculas.
O comentário foi feito ao repostar o anterior que o republicano já havia feito tratando do Brasil na segunda-feira (7). Na ocasião, Trump também havia falado em "caça às bruxas" e disse que o julgamento de Bolsonaro deveria ser feito nas urnas.
"Isso não é nada mais nada menos do que um ataque a um oponente político -algo que eu conheço muito bem! Aconteceu comigo, dez vezes pior, e agora o nosso país é o mais 'quente' do mundo!", prosseguiu o presidente dos EUA, sem indicar quem seria essa "oponente político", escreveu.
"O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Estarei acompanhando muito de perto a caça às bruxas contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelo voto do povo brasileiro. Isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz", disse o presidente americano na primeira mensagem.
Ainda na segunda, o presidente Lula reagiu. Em nota, afirmou não aceitar interferências nas políticas internas do Brasil. "A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano."
Assim como Lula, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu à declaração de Trump, afirmando que o americano não pode interferir no processo judicial brasileiro.
A ofensiva de Trump ocorre em meio à pressão e expectativa de bolsonaristas para que os Estados Unidos apliquem uma sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. A articulação conta com pessoas próximas ao presidente dos EUA, como o ex-assessor de Trump Jason Miller.
Pessoas ligadas a Trump, como o ideólogo da extrema-direita Steve Bannon dizem que a única forma de Moraes evitar ser sancionado seria se arquivasse as acusações contra o ex-presidente. Ele e integrantes do governo Trump veem uma ação do Judiciário para tentar beneficiar Lula.
Bolsonaro está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e também é alvo de ação penal no STF, investigado por tramar um golpe na eleição de 2022.
Apesar da investida do americano, ministros do STF tem afirmado que a ação não vai gerar nenhuma interferência no processo e que o julgamento seguirá normalmente. A previsão é que Bolsonaro seja julgado entre agosto e setembro.
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