Protestos contra nova presidente do Peru deixam dois mortos e cinco feridos
Dina Boluarte assumiu o governo após tentativa de golpe do ex-presidente Pedro Castillo
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Um confronto entre policiais e manifestantes que protestavam contra a nova presidente do Peru, Dina Boluarte, deixou ao menos dois mortos e cinco feridos neste domingo (11).
Segundo a polícia local, o protesto acontecia na cidade de Andahuaylas, na região de Apurímac (a mais de 750 quilômetros da capital, Lima).
"Lamentamos o falecimento de duas pessoas já e vários feridos após os confrontos. Peço tranquilidade à população", disse o ministro do Interior, César Cervantes, à rádio RPP pouco depois de a polícia anunciar a morte de um manifestante.
Mais protestos. Ontem, na mesma cidade, ao menos 20 pessoas ficaram feridas e cinco manifestantes foram presos, e a onda de indignação aumentou no país. Os manifestantes usaram pedras para atacar a sede da Promotoria de Andahuaylas, e houve confronto com a polícia. Foram 16 manifestantes e quatro policiais feridos, eles foram levados ao hospital da região.
Em Lima, ao menos cinco pessoas foram presas após confrontos de apoiadores de Castillo com a polícia. De acordo com a Defensoria do Povo, os cinco acusados de distúrbios continuavam detidos neste domingo (11) à espera de uma decisão judicial.
A presidente, que assumiu o cargo após uma tentativa de golpe de Pedro Castillo, descartou a possibilidade de adiantar as eleições no país. Em pronunciamento na quinta-feira (8), Dina afirmou que o pedido de novas eleições é democrático, mas que seu papel é "reorientar o país".
No sábado (10), a nova chefe do governo peruano anunciou seu gabinete, formado por 19 ministros. Os perfis escolhidos apontam para um grupo mais técnico que político, tentando acalmar os ânimos de um país em cólera.
"As circunstâncias nas quais assumi essa responsabilidade não foram boas e é por isso que estou despachando e atendendo, para fazer frente às necessidades do pais", acrescentou a presidente. "Mais à frente, estaremos vendo alternativas para melhorar o destino do país."
No último dia 7 de dezembro, Castillo anunciou que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um "governo de emergência excepcional" a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do país.
No entanto, o Congresso do Peru aprovou o impeachment de Castillo por "incapacidade moral". Foram 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções.
Boluarte é a primeira mulher presidente o país, e a 6ª pessoa a ocupar o cargo desde março de 2018. O mandato terminará em julho de 2026.
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