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Internacional

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Morre o Papa Francisco, aos 88 anos

O Argentino se tornou o papa que buscou o catolicismo nas fronteiras do mundo sem mudar os dogmas

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Estadão Conteúdo
21/04/2025 - 5:16 • Atualizada em 21/04/2025 às 11:13

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Imagem ilustrativa da imagem Morre o Papa Francisco, aos 88 anos
Papa Francisco morreu às 7h35, no horário local |  Foto: Eduardo Nicolau/Estadão

O papa Francisco, de 88 anos, morreu nesta segunda-feira, 21, aos 88 anos, em sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano, às 7h35 (2h35 no horário de Brasília). O “Bispo de Roma retornou à casa do Pai”, informou a Santa Sé, um dia após uma das datas mais sagradas do calendário católico, encerrando uma vida dedicada à fé em meio às celebrações da ressurreição de Cristo.

O argentino Jorge Mario Bergoglio desembarcou na ilha de Lampedusa, onde a Europa mais se aproxima da África, e foi envolvido por refugiados etíopes, eritreus e somalis, que haviam sido resgatados no Mar Mediterrâneo. Queria ouvi-los. Pouco importava se fossem católicos. Queria encontrar as periferias. Era a primeira viagem de seu pontificado. Ela criaria uma imagem que acompanharia Francisco até o fim: a do papa que ia às fronteiras do mundo e suscitava expectativas de reforma. Quase ninguém compreendeu que a mudança, para o pontífice, não estava nos dogmas, mas no acolhimento, na ternura de sua pastoral.

Esse argentino, que tinha 88 anos, morreu nesta segunda-feira, 21, em Roma, em razão de complicações causadas por uma pneumonia dupla. Uma outra doença pulmonar, sequela da gripe asiática de 1957, mudara seu destino ao impedir o ainda jovem jesuíta de partir em missão ao Japão. Ele teve de extrair parte do pulmão direito, o que – acreditava-se – o incapacitaria para o trabalho no Oriente.

Francisco permaneceu na Argentina, onde foi professor do Colégio da Imaculada Conceição, na cidade de Santa Fé, e, depois, provincial da Companhia de Jesus na Argentina, bispo auxiliar e arcebispo de Buenos Aires até o conclave de 2013, quando foi eleito pelos cardeais o sucessor de Bento XVI. “Não se esqueça dos pobres”, disse-lhe, então, o amigo e cardeal brasileiro d. Cláudio Hummes. Francisco não se esqueceu. A memória, para ele, não era só o que se lembra, mas o que nos cerca, um presente que não acaba. “Parece ontem e no entanto é amanhã.”

Em Lampedusa, naquele 8 de julho de 2013, o papa ouviu os relatos de suplícios de quem, para fugir de guerras, arriscara na travessia a única coisa que ainda podia perder: a vida. Francisco, o papa que veio da borda do mundo, jogou flores ao Mediterrâneo e subiu em um altar, montado em um pequeno barco de pesca, para se dirigir à multidão. “Caim, onde está o teu irmão! (Gênesis 4:9)” Repetiu a frase diversas vezes, enquanto a audiência o acompanhava em silêncio. “Caim, onde está o teu irmão! Ouço a voz do sangue dele gritar até mim.”

Lembrou-se ali da comédia Fuente Ovejuna, a obra de Lope de Vega, do Siglo de Oro espanhol, que conta a história da cidade que se livrou de um tirano. Na peça, quando o juiz quer saber quem cometera o crime, todos respondem: “Fuente Ovejuna, señor”. “Ainda hoje essa pergunta se impõe com força: quem é o responsável por esse sangue? Ninguém! Todos nós respondemos: eu não, eu não devo estar envolvido, devem ser os outros”, escreveu Francisco.

A viagem não estava programada, mas a sucessão de naufrágios e mortes de africanos despertou sua atenção. Bergoglio cunhou ali uma expressão para designar a indiferença do mundo com o destino das vítimas: “globalização da indiferença”. Queria que as novas fronteiras econômicas não abandonassem ninguém nas bordas do mundo. O que esperar de um papa jesuíta se não uma igreja que fosse missionária?

Na ilha do Mediterrâneo, Bergoglio abriria o caminho de seu pontificado em busca das periferias e do fim dos muros em um mundo ameaçado pela crise climática, o que o levaria aos textos da exortação apostólica Evangelii Gaudium e das encíclicas Laudato Sì e Fratelli Tutti. Por isso, despertaria a fúria e o desprezo de conservadores e de políticos arautos da anti-imigração.

Fazia, então, pouco mais de dois meses que Francisco dirigia a Igreja Católica, após a renúncia de Bento XVI, a primeira de um papa em 600 anos. Era também o primeiro pontífice nascido fora da Europa em 1.300 anos, bem como o primeiro a escrever uma autobiografia: Esperança. Ali Bergoglio mostrou como a história de sua família, de imigrantes piemonteses que deixaram a Itália após a Grande Guerra, marcara profundamente a sua vida. E o seu papado.

Francisco conta que seus avós se salvaram por pouco do naufrágio do navio Principessa Mafalda, o “Titanic italiano”, que afundou ao largo da Bahia, quando se dirigia a Buenos Aires, em 1927. Giovanni Bergoglio e Rosa Vasallo haviam comprado passagens, mas não embarcaram. O papa cresceu ouvindo essa e outras histórias dos tragados pelo oceano.

“Eu também poderia estar entre os descartados de hoje, tanto que sempre trago uma pergunta no coração: por que eles e não eu?” questionou-se o pontífice em suas memórias. “Também nasci em uma família de imigrantes; meu pai, meu avô, minha avó, como tantos outros italianos, partiram para a Argentina e conheceram o destino de quem fica sem nada”, escreveu.

O 266.º papa nasceu em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936. Era o primeiro dos cinco filhos do contador Mario José Francisco Bergoglio e da dona de casa Regina Maria Sivori. A família era toda italiana e ligada à Ação Católica, cujas sedes foram fechadas pelos fascistas de Benito Mussolini, em meio às críticas do papa Pio XI às leis raciais do regime, consideradas uma heresia pelo beato Alfredo Ildefonso Schuster, o arcebispo de Milão.

Ao 21 anos, esse torcedor do San Lorenzo de Almagro e futuro pontífice entrou no seminário arquidiocesano. Foi professor de literatura antes de ser ordenado padre, em 13 de dezembro de 1969. Admirava Dostoiévski, Dante Alighieri e Jorge Luis Borges. Dizia ter lido quatro vezes Os noivos, do italiano Alessandro Manzoni. Amava o tango e música clássica, bem como os filmes do neorrealismo italiano, com Rossellini, Di Sica e Visconti. E, é claro, o Fellini de La Dolce Vita.

Francisco levaria ao seu papado uma nova visão sobre a santidade da igreja militante de que fala Santo Inácio de Loyola. Em Fratelli Tutti, ele explicou o que seria ter um “coração sem fronteiras, capaz de superar as distâncias de proveniência, nacionalidade, cor ou religião”. Para tanto, usou um episódio da vida de São Francisco de Assis: a visita ao sultão Malik-al-Kamil, no Egito. “Aquela viagem, num momento histórico marcado pelas Cruzadas, demonstrava ainda mais a grandeza do amor que queria viver, desejoso de abraçar a todos.”

O pontífice pedia aos católicos e ao mundo o mesmo que o santo aos seus discípulos: “Sem negar a própria identidade, quando estiverdes ‘entre sarracenos e outros infiéis’, não façais litígios nem contendas, mas sede submissos a toda a criatura humana por amor de Deus”. O mesmo valia para a agressão à Terra: ”Que espetáculo desolador é ver a destruição das matas e das grandes florestas, que as populações nativas souberam respeitar e preservar por séculos”. E para dominações culturais: “Confundir unidade com uniformidade é uma tentação diabólica”.

Francisco fazia sua pregação em um tempo em que se aposta no conflito entre as civilizações e em um mundo onde o ódio e a aporofobia se tornaram comuns. “Aos pobres não se perdoa nada, nem a própria pobreza”, escreveu. E completou: “Chegou-se ao ponto de teorizar e implementar uma arquitetura hostil para se desembaraçar de sua presença, até mesmo de vê-los nas rua”.

A indiferença o repugnava. E o fazia lembrar de outros episódios, de quando o arbítrio “devorou seu povo como se fosse pão”. Na ditadura militar argentina (1976-1983), Bergoglio intercedeu por jesuítas presos e ajudou a comunista Esther Ballestrino de Careaga. Ela participava na Igreja de Santa Cruz do grupo que deu origem às Mães da Praça de Maio. Em dezembro de 1977, Esther, as freiras francesas Alice Domon e Léonie Duquet e outros nove integrantes do grupo foram sequestrados por militares da Marinha.

Torturados, dopados, colocados em um avião, todos foram jogados ao mar. Em 2005, após um exame de DNA identificar o corpo de Esther, o cardeal Bergoglio intercedeu para que o desejo da família fosse cumprido: enterrá-la no jardim da mesma Igreja de Santa Cruz. Em Roma, ele mantinha um quadro com uma foto de Esther e suas três filha em sua casa, na residência Santa Marta. Esse e outros episódios ajudaram a formar uma imagem incomum para um pontífice.

Desde a Revolução Francesa, o papado fora identificado com o conservadorismo, com o ancien régime e os reacionários que se levantavam contra a modernidade, o liberalismo e a laicidade. Mesmo após o Concílio Vaticano II, o aggiornamento de Paulo VI esbarrara na pílula e na camisinha. Francisco, o papa que tuitava e tinha perfil no Instagram, desenvolveu a fama de manter uma estranha aliança com forças progressistas, identificadas com a proteção do meio ambiente e com a globalização social pretendida pelo argentino.

A seu modo, ele parecia buscar um caminho semelhante ao do comunista eslovaco Aleksander Dubsek, que nos anos 1960 sonhou um socialismo com rosto humano em Praga. O reinado de Francisco seria uma nova Primavera de Roma? Seu pontificado parecia trilhar o caminho de papa Roncalli, São João XXIII, mas logo se tornaria apenas uma alternativa mais popular ao seu antecessor, Bento XVI.

Assim foi no Sínodo da Amazônia, em 2019, com a aposta nos ministérios confiados a homens e mulheres, leigos provados, em substituição aos sacerdotes na imensidão vazia da floresta. Para muitos analistas, estava aberto o caminho para a revisão do celibato clerical. Os conservadores chiaram. Houve quem considerasse o papa esvaziado de conteúdos religiosos, refém uma ideologia de fundo populista-comunitário-anticapitalista.

Bergoglio não deu o passo adiante. O mesmo ocorrera com o Sínodo dos Bispos, em 2021, que devia discutir a evangelização no mundo digital, o celibato do clero e o papel da mulher na Igreja. Seria o começo de um Vaticano III? Após três anos de consultas, o encontro terminou, e a Igreja permanecia a mesma. O papado continuava dogmático na doutrina. Era a sua pastoral que desejava a globalização de direitos, contrária à polarização entre o local e o universal.

Em um mundo que algema pobres imigrantes que buscam uma vida melhor e os despacha de volta ao lugar onde viviam suas aflições, o papa lutou contra o egoísmo de quem está aquém-muro. O cardeal Victor Manuel Fernández, o argentino nomeado por Bergoglio para dirigir a Congregação da Doutrina da Fé, sintetizou aos bispos brasileiros, em 28 de janeiro, o que o pontífice procurava: chegar aos “afastados de Deus”.

Imagem ilustrativa da imagem Morre o Papa Francisco, aos 88 anos
O papa Francisco beija criança na esquina da Avenida Rio Branco com Almirante Barroso, no centro do Rio, durante visita ao Brasil, em 2013, para participar da Jornada Mundial da Juventude Foto: CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO

Estes eram não apenas os que deixaram a Igreja para buscar a salvação alhures e os agnósticos, mas também os esquecidos nas periferias, os descuidados pelo mundo. A vitalidade do cristianismo e de seu primeiro anúncio deviam ser reencontrados nas fronteiras distantes, que não eram só geográficas. Elas estavam onde quer que existisse uma alma fora da Igreja. A missão de um moderno beato José de Anchieta estaria em toda parte, não mais apenas entre os nativos de uma terra distante.

“Que faz um missionário quando chega pela primeira vez a um lugar? Conhece, escuta, busca dar um bom testemunho. Porém, seu objetivo é tentar fazer ressoar o primeiro anúncio, o kerygma de um Deus que ama e que nos salva em Cristo. Evidentemente, é preciso anunciar o que é decisivo e central. Por isso, não começa a falar dos anticoncepcionais, ou da virgindade de Maria durante o parto”, explicou Fernández.

Em mais de uma oportunidade, a atitude pastoral de Francisco causaria furor. Quando voltava para Roma, da Jornada Mundial da Juventude, no Rio, em 2013, disse ao ser questionado sobre os gays: “Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo”. Mais tarde, o cardeal Fernández autorizaria a bênção aos casais gays. Mas logo viria o outro lado, quando o pontífice reclamou do excesso de “viadagem” na Igreja.

Ou quando chegou à declaração Fiducia Supplicans, onde o papa Bergoglio se esmerou em diferenciar o que chamou de “bênção pastoral” daquela litúrgica. Ou seja. Uma coisa seria acolher um casal gay, outra, bem diferente, seria igualar essa bênção pastoral com aquela litúrgica, que só o sacramento do matrimônio pode oferecer.

Imagem ilustrativa da imagem Morre o Papa Francisco, aos 88 anos
O papa e o cardeal argentino Victor Manuel Fernandez, que assumiu a Congregação para a Doutrina da Fé: ele explicou aos bispos brasileiros a pastoral de Francisco Foto: Victor Manuel Fernandez-Facebook

O objetivo de Francisco permanecia o mesmo de sempre da Igreja: salvar almas. Desde que se tornou o bispo de Roma, em 13 de março de 2013, ele lutou para deter o esvaziamento dos templos, fenômeno que se manifestava na América Latina de forma diferente do que se passava na Europa. “As ‘periferias’ são estes que muitas vezes esquecemos ou descuidamos, ainda que estejam ao lado de nossa casa.”, explicou o cardeal Fernández.

Não se tratava de se reconhecer um valor indiferenciado do humanismo ateu ou de um diálogo ecumênico em novos termos. “Seu grande apelo vinha do fato de mostrar sempre uma ternura pelos excluídos. Francisco fez uma defesa dura de suas posições, mas nunca deixou de ser um sinal da ternura de Deus pela criatura humano”, disse o professor Francisco Borba Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Por fim, os conservadores reprovavam-no pelas semelhanças de sua teologia com a do também jesuíta Karl Rahner. Viam em sua busca pela periferia uma renúncia à diferença cristã em vez da valorização do que existe em potência no ser humano. Reagiam mal a um papa que voltou a governar a Cúria Romana, após seus antecessores deixarem-na abandonada em meio a inumeráveis casos de pedofilia – o maior escândalo da Igreja desde os tempos da simonia.

Havia, de fato, uma semelhança sobre como Bergoglio e Rahner abordavam os espaços além da Igreja. E diferenças. Rahner enfatizava o cristianismo anônimo em cada ser humano, uma porta para o ecumenismo. Bergoglio se dispunha a abrir os templos a quem estivesse lá fora, mas desde que o passo decisivo fosse do indivíduo em direção à Igreja e não o contrário. É que, para Francisco, a única fronteira legítima era a que fazia a Igreja se manter Católica.

Ou como Bergoglio escreveu no último capítulo de suas memórias: “A rigidez é sectária, autorreferencial, uma heresia cotidiana. Confunde a Igreja com uma fortaleza, que olha para o mundo e para a vida com distância e altivez, em vez de habitá-la internamente. (...) É necessário sair da rigidez, o que não significa cair no relativismo, mas seguir em frente, apostar. Precisamos fugir da tentação de controlar a fé, porque o Senhor Jesus não deve ser controlado, não precisa de cuidadores nem de guardiões. O Espírito é liberdade. E a liberdade também é risco. A igreja que segue adiante será cada vez mais universal (...). Ela (a Igreja) seguirá adiante; em sua história eu sou apenas um passo”.

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