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Internacional

Ministério Público da Bolívia pede prisão de Evo Morales por estupro de adolescente

Acusação veio à tona em outubro, quando o governo do presidente Luis Arce confirmou a existência da investigação contra Evo


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Imagem ilustrativa da imagem Ministério Público da Bolívia pede prisão de Evo Morales por estupro de adolescente
Ministério Público da Bolívia pede prisão de Evo Morales por estupro de adolescente |  Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Ministério Público da Bolívia anunciou nesta segunda-feira (16) ter solicitado a prisão do ex-presidente Evo Morales por supostamente ter estuprado uma adolescente, com quem teria tido uma filha. O sindicalista, líder da oposição, diz que é inocente e já afirmou que o caso tem motivação política.

A acusação veio à tona em outubro, quando o governo do presidente Luis Arce confirmou a existência da investigação contra Evo. Naquele mês, a polícia boliviana prendeu o pai da adolescente depois que ele se recusou a depor perante o Ministério Público do país.

De acordo com o Ministério Público, a investigação contra o ex-presidente apura os crimes de "estupro, exploração e tráfico de pessoas". A defesa do sindicalista afirma que o caso já foi analisado e arquivado pela Justiça em 2020.

A promotora Sandra Gutiérrez afirma que fez o pedido contra Evo depois de ter chegado a um acordo com os pais da adolescente. Nos próximos dias um juiz deve marcar uma audiência sobre medidas cautelares para que, se for o caso, aprove a ordem de prisão contra o ex-presidente.

O ministro da Justiça, César Siles, diz que a adolescente tinha cerca de 15 anos na época do crime. "Observamos com indignação crimes graves que pretendem ficar na impunidade. Refiro-me concretamente a uma menina estuprada aos 15, 16 anos", afirmou ele em outubro.

Ainda segundo o ministro, uma certidão de nascimento reconhece Evo como pai da filha da vítima.

A promotora Gutiérres já havia solicitado a prisão de Evo em setembro, mas o pedido foi derrubado por um juiz. Ela, que foi removida e depois restituída a seu cargo, reabriu o caso e acrescentou as acusações de exploração e tráfico de pessoas contra o ex-presidente.

O sindicalista afirma que não vai cooperar com a investigação, que considera ilegal. Diz ainda que o caso tenta impedi-lo de concorrer contra Arce nas eleições de 2025.

Evo tem organizado protestos contra o governo Arce nas últimas semanas a fim de pressionar pela convocação de novas eleições -o próximo pleito está marcado para agosto de 2025, e o ex-presidente é impedido pela legislação atual de concorrer novamente.

Um dos protestos consistiu em uma marcha até a capital, La Paz, que terminou em confronto com a polícia e dezenas de feridos. Evo chegou a dar um ultimato a Arce, dizendo que o presidente teria que trocar seus ministros em 24 horas caso quisesse "continuar governando". O governo Arce considerou a fala uma tentativa de golpe de Estado.

Arce e Evo travam uma ferrenha disputa por controle do partido governista, o MAS (Movimento ao Socialismo). Ex-ministro da Economia e escolhido a dedo por Evo para sucedê-lo e disputar as eleições de 2020, o atual presidente se distanciou do seu padrinho político com a tentativa do sindicalista de concorrer novamente ao cargo em 2025 como candidato do MAS.

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